domingo, 2 de dezembro de 2012



 Não importa quanto tempo passe, algo verdadeiro sempre irá permanecer.  Querido John


 Não há necessidade de contar para você o que se passa em minha mente.  Avenged Sevenfold


 Engraçado como as coisas são. O que ontem era pra sempre, hoje parece que nunca existiu.


 Calma… Estou organizando minha vida, vai demorar um pouco, eu sei, mas é que tem muita coisa fora do lugar.

Agora, a prioridade sou eu. Eu vou cuidar de mim, vou me fazer feliz. Não é egoismo, está na hora de parar de dar a valor a quem não merece e me valorizar.

Adoram julgar a pessoa que eu me tornei, mas ninguém sabe tudo que eu passei.

Estou morrendo de saudades. O mais engraçado é que não faz muito tempo que a gente se falou. Essa saudade esta me consumindo. Não é apenas vontade de falar com você, queria que você estivesse aqui, ao menos para te ver, te tocar, te sentir. É injusto não morarmos um do lado do outro, eu poderia passar a eternidade ao seu lado, eu não enjoaria. As horas passam tão depressa quando estamos juntos, queria poder parar no tempo só para te ter para sempre.

Entenda: Só porque foi embora, não significa que não era verdadeiro. Certas coisas não foram feitas para dar certo, certas pessoas têm de ir embora, isso independe da nossa vontade, é a vida.

Às vezes a gente vai-se fechando dentro da própria cabeça, e tudo começa a parecer muito mais difícil do que realmente é. Eu acho que a gente não deve perder a curiosidade pelas coisas: há muitos lugares para serem vistos, muitas pessoas para serem conhecidas. Tudo isso estimula a gente, clareia a cabeça, refresca. Por que não? Caio Fernando Abreu

O primeiro amor é sempre o mais doído, mas é com o qual você mais aprende, aprende que nem tudo que parece é, aprende que pessoas mentem, aprende que palavras bonitas podem ser simplesmente palavras vazias, aprende que a vida não é um conto de fadas, e principalmente que aquele não era seu príncipe encantado.

Poupe-me da falsidade. Sim, sou uma pessoa carente de atenção e afeto, mas não preciso de pessoas que finjam gostar de mim e que fingem se importar com as minhas dores. Poupe-me dos “estava com saudades de você”, poupe-me das palavras vazias e das promessas com data de validade.

Um poeta disse que a felicidade é como uma borboleta, e a nossa vida, como um jardim, e que não adianta corrermos atrás dela, ela vem espontaneamente. Que borboleta tonta, têm tanta gente tosca e besta feliz por ai, têm tanta gente boa por ai sofrendo e chorando. Que borboleta “tão humana”, tão injusta. A felicidade não deveria ser questão de sorte, mas sim, de merecimento.

Preciso anotar como prioridade: não me importar mais. As pessoas são indiferentes, preciso ser também. Eu não deveria ser como os outros, mas sinceramente, cansei. Sentir, nos dias de hoje, é como praticar suicídio. Se importar, é quase sinônimo de frustrar-se.

Tive vontade de chorar, mas nada saiu. Era apenas uma espécie de doença triste, doença da tristeza, quando você não pode se sentir pior. Eu acho que você conhece isso. Acho que todo mundo conhece isso de vez em quando. Mas acho que eu tenho conhecido isso muito frequentemente; muitas vezes. Charles Bukowski

É que eu sou exagerado. Quando rio, rio demais, quando choro, choro demais, quando amo, amo demais e quando me machuco, me machuco demais. Sentimentos são como um grande oceano, bom ou ruim, tenho este costume de me jogar de ponta sem pensar duas vezes.

Eu torço pra não fazer Sol, eu torço pra não chover, eu torço para acordar no meio do dia, eu torço para o dia acabar logo. Eu torço para ter alguma coisa que me faça torcer, que me diga que eu ainda sei torcer por algo mesmo sem torcer pela gente. Minha dança é queda equilibrada, minhas roupas novas são fantasias, meu sorriso é espasmo de dor, minha caminhada reta é um círculo que sempre me traz até aqui, meu sono é cansaço de realidade, minha maquiagem é exagerada, meu silêncio é o grito mais alto que alguém já deu, minhas noites são clarões horríveis que me arregaçam o peito e nada pode me embalar e aquecer, o frio é interno, o incômodo é interno, nenhum lugar do mundo me conforta. Minha fome é sobrevivência, minha vontade é mecânica, minha beleza é esforço, meu brilho é choro, meus dias são pontes para os dias de verdade que virão quando essa dor acabar, meus segundos são sentidos em milésimos de segundos, o tempo simplesmente não passa. Tati Bernardi

E ela vai embora. Dessa vez é de verdade. Cansada de dar o máximo e não receber metade. Se o príncipe age diferente, na realidade pra viver nunca é tarde, ela nunca foi covarde.. Ela não quer ser só mais uma mina, seu coração não é tapete pra um cara vim e pisar em cima. Rashid

Enquanto a chuva molha o meu rosto ela esconde a minha lágrima que insiste em encontrar o chão. Enquanto o frio toma o meu corpo eu aprendi sem a gramática que saudade não tem tradução. Eu preciso tanto de você, o seu amor é o que me faz crescer e conhece como a própria mão cada medo do meu coração. Hoje pensei tanto em nós dois que não podia deixar pra depois, e eu vim aqui só pra dizer que eu sou louco por você. Rosas de Saron

Minha inquietude se chama saudade.

Quero que ele veja o quanto mudei por causa dele, na esperança de que seu riso congelado saia do automático e eu ganhe um único sorriso verdadeiro. Tati Bernardi

Por favor, confie em mim. Decididamente, eu sei ser animada, sei ser amável. Agradável. Afável. E esses são apenas os As. Só não me peça para ser simpática. Simpatia não tem nada haver comigo. A menina que roubava livros

A verdade é que você não merece ninguém, garota. Ninguém que esteja do seu lado pra enxugar as tuas lágrimas. Ninguém que te abrace forte e te dê um beijo na testa dizendo que tudo vai ficar bem. Ninguém que te ouça e te compreenda. Ninguém que não vá embora, apesar dos teus erros, birras e defeitos. Ninguém, absolutamente ninguém. Ninguém como eu. Você só sabe machucar as pessoas que se aproximam de ti. Por um tempo eu tentei aceitar que esse era o teu jeito de ser, mas com o tempo percebi que, por melhor ou pior que seja a pessoa, ela não merece sofrer dentro do labirinto que você criou em si. Esse teu pensamento bloqueado, teu jeito frio e tuas meias palavras perfuram qualquer um. A turbulência no seu interior é pesada demais pra que alguém consiga acalmar esses ventos nervosos. As palavras que jorram da sua boca parecem garras afiadas que cortam, perfuram e estragam o coração de qualquer um. Essa tua nostalgia exagerada não faz bem nem para ti mesma, nem pra quem te ronda e te quer bem. Mas só você não se dá conta disso. Só você não é capaz de ver que a barreira criada em volta de si é alta demais, por isso que quem tenta ultrapassá-la também sofre um tombo feio demais. Porque pensar - ou pior ainda, tentar - fazer parte da sua vida, de você e do seu mundo fechado é pedir pra sofrer, literalmente. Eu sabia disso, mas ainda assim eu quis arriscar. Eu recarreguei todas as minhas forças pra conseguir pular o seu muro e entrar no seu mundinho solitário de visitação. Achei que quando você me visse tão decidido e disposto, eu achei que você colaboraria. Mas você fez tudo ao contrário. E eu, burro, tolo e cego quis permanecer mesmo assim. Mesmo não entendendo porque você tinha me permitido te olhar e sorrir e pensar que te queria pra mim, quando na verdade você não me queria de volta. Eu quis permanecer, mesmo sem compreender a sua atitude de não ter me mandando embora naquele dia quando eu me atrevi a segurar a tua mão. E mesmo sem saber porque você não amassou e jogou fora o papel onde rabisquei o meu número, afinal, essa seria uma atitude de se esperar. E quanto mais eu tento, luto e persisto em montar o quebra cabeça que você é, mais eu me perco e me encho de dúvidas. Nem eu mesmo sou capaz de compreender como a tua mania de sempre ver o pior lado das coisas, das outras pessoas e de si própria, tenha me conquistado. Eu não sei que droga foi essa que eu vi nos teus olhos, na tua boca, no teu riso, em você. Quando dei por mim, já estava aqui: tentando exaustivamente criar um plural em cima de um único singular. Eu era capaz de te emprestar um sorriso meu para que você, finalmente, pudesse achar alguma graça na vida. Eu era capaz de descongelar esse gelo que você se tornou em forma humana. Eu era capaz de gostar dos teus defeitos, assim como gostei das tuas pequenas qualidades. Eu era - e ainda sou - o único capaz de te dar o amor mais altruísta já existente. Eu só queria que você também tivesse sido capaz de ver essas coisas em mim. Mas você passou reto e nem sequer olhou pro lado - nem sequer notou que eu estava lá. Você, mesmo tendo nas mãos a oportunidade de ser feliz ao meu lado, optou pela coisa mais estúpida dentre todas as alternativas: me deixar ir. E talvez quando você se dê conta da burrada que fez, talvez queira voltar atrás. Mas deixa eu te avisar uma coisa: o teu muro eu não me submeto a pular outra vez.

Eu só queria te lembrar que foi amor. Não esses amores de filmes ou novelas, mas foi um amor real. Um amor que, de tão real, teve até fim. Porque eu sei e você sabe, nada dura pra sempre e nada é tão digno da perfeição. Isso só prova que a nossa história não foi uma farsa. O sentimento foi verdadeiro, vivo, gritante. Eu te amei tanto que o meu coração era capaz de abranger o mundo, mesmo sabendo que o mundo era incapaz de compreender o tamanho desse amor. E isso era lindo. Você era lindo. Éramos lindos juntos. Qualquer um dizia, comentava, elogiava. Tínhamos aquele ar de casal que dura para sempre. E eu queria te lembrar que, por mais duro e difícil que seja aceitar, a verdade é que o para sempre não existe. Mas isso não quer dizer que eu ou você tenha lutado menos, se entregado menos ou se arriscado menos. Algo, de algum modo, nós fizemos muito certo. Porque eu sei que, assim como eu, você também deita a cabeça no travesseiro e deseja que tivesse sido diferente. Não foi, eu sei. Mas foi amor. Um amor bom, feliz, puro, sem cobranças, livre, saudável e delicioso como uma barra de chocolate. Talvez a vida tenha sido injusta com a gente. Talvez o destino invejou tanto amor habitando apenas dois corações famintos de felicidade. Talvez o tempo não tenha gostado da ideia de que nós inaugurássemos o eterno. Ou talvez nós devêssemos encarar de peito aberto que os culpados pelo fim fomos nós mesmos. A gente podia ter tido mais calma, sem pisar tão fundo no acelerador. Ultrapassamos a velocidade permitida e fomos multados com raiva, incompreensão e brigas diárias. Erramos feio. A gente devia ter medido as palavras para não magoar o outro. Deveríamos ter segurado a barra, deveríamos ter contornado a situação - deveríamos querer contorná-la. Poderíamos não ter trocado os pés pelas mãos. Poderíamos ter dito algo que mudasse a situação, que trouxesse de volta o que sempre fomos, que resgatasse de uma vez por todas aquilo que um dia já foi tão forte e único. Eu só queria te lembrar que a gente tinha tudo pra ser. E que se não fomos, talvez não era o nosso tempo. Um dia, quem sabe, a gente se reencontra no tempo certo. Iremos tomar um café, falar amenidades, comentar sobre os planos frustrados e sonhos realizados, como a sua barba cresceu, como está a minha mãe e tudo mais. Sorriremos sem saber do quê ou porquê, abaixaremos o queixo e sentiremos tudo aquilo voltar outra vez. Músicas românticas não irão tocar, nem cupidos aparecerão arqueando as suas flechas, mas dentro de cada um algo mais forte irá pulsar e só então nos daremos conta de que chegou o tempo - o tão majestoso tempo onde as coisas foram feitas para ser. Mas talvez a gente não se dê conta disso e apenas se despeça com dois beijinhos na bochecha, como velhos amigos que se reconhecem de longa data em um dia corriqueiro qualquer. E talvez não passe disso. Ainda assim, eu só queria te lembrar que as nossas músicas nunca sairão de moda e que o teu perfume ou o teu nome nunca passarão despercebidos por mim, não importa o tempo que passe. E que é nessas horas, quando eu me pego escrevendo sobre você, olhando as suas fotos e torcendo pra que a gente ainda possa dar certo algum dia, que eu me dou conta de que realmente foi amor. De que realmente tocou a alma, o coração e todas artérias do corpo. E que, independente de qualquer coisa, já valeu a pena por isso.

Eu deixei você arrumar as malas e sair pela minha porta, simplesmente, deixei. Pensei que seria como das outras vezes: depois de vinte minutos você voltaria dizendo que já estava com frio. Quando eu te vi chorando, colocando todas as roupas em uma mala apertada, tudo bagunçado, dizendo que nunca mais queria me ver na sua frente, que eu fui o pior cara que já tinha conhecido, eu perdi o rumo. Fiquei sem fôlego, não conseguia dizer uma palavra, não conseguia chorar, gritar. Como se o meu coração estivesse congelando, como se as borboletas estivessem indo embora do meu estômago. E você ficou ainda mais brava por eu não ter demonstrado absolutamente nada, nem uma lágrima pra compensar. Eu deixei você partir, deixei você chamar um táxi, carregar as malas até a minha calçada, debruçar e chorar, deixei você ir embora como se não sentisse mais a sua falta. Na hora, naquele minuto, não consegui sentir nada. Não senti dor, arrependimento, solidão, nada mesmo. E nem o cheiro do seu perfume sendo carregado pelo vento. Eu te perdi, te perdi por ser um otário, um babaca apaixonado em futebol, que não sabe agradar a namorada com um jantar à luz de velas em um final de semana, um cara que não sabe surpreendê-la com um beijo roubado, com um sorriso tirado pela piadinha mais sem graça do universo, pelo cafuné. Sua boca sempre foi macia. Sempre foi um vício pra mim. Nossos beijos eram os melhores. Você ficava linda com o meu agasalho azul, deitada no sofá, de calcinha, implorando carinho. Que saudade. Sem dúvidas, foi o que restou, além de um pedacinho de mim. Você me levou junto, me colocou dentro da sua mala e partiu. Uma parte de mim se foi com você, a minha melhor parte, a minha parte engraçada e corajosa que entendia bem pouco sobre amor. Você levou o pouco que restou de mim. Isso seria estúpido: levar algo que deixou para trás. Eu deixei você sumir na neblina; eu deixei você. Assumo, nunca foi o melhor namorado, o melhor parceiro, companheiro, amigo e nem nada, assumo mesmo. Eu nunca fui o melhor pra você. Foi mal, hoje eu escrevo em entrelinhas todos os meus erros e a saudade que ficou comigo, ao contrário de você. Se passaram vinte minutos e você não voltou como antes, o táxi realmente era mais encantador do que eu. Quem diria. Eu pensei que te entendia por completa, que sabia os seus filmes preferidos, as suas manias, os seus costumes, tudo mesmo. Eu jurava viver em você, a sua volta, sabendo dos seus perigos, dos altos e baixos, suas crises de ciúmes. Eu sabia dos seus medos, das risadas sarcásticas, do que te fazia bem ou mal, cara. Porra, mas mesmo assim , eu deixei à desejar com você, deixei você ir embora pra longe e pra sempre. Decorei as suas saudades, os seus cafunés, aprendi a dançar, a não gaguejar quando ficasse nervoso, a não atropelar preposições e a falar menos palavrão. Cadê você? Isso me tortura cada dia mais. Quando não sinto mais o seu cheiro nas minhas roupas, quando não vejo os sutiãs e as calcinhas jogadas pelo banheiro, os sapatos espalhados pela casa inteira, quando não te vejo, quando não vejo os nossos retratos. Isso me mata. Eu errei ao soltar da sua mão, eu sei, eu deixei você ir embora sozinha com todos os perigos por aí, logo você, uma mulher linda, os perigos triplicam. Se você estivesse aqui aposto que bateria o pé e teimaria comigo, dizendo que já é independente e que sabe se cuidar sozinha, sem alguém pra protegê-la. E como eu queria ouvir isso agora vindo de você, da sua boca, sussurrando nos meus ouvidos. Você sempre foi teimosa o bastante pra brigar comigo por tudo, até por programas de tevê, até nas novelas que eu tanto odiava, mas só assistia pra te fazer companhia. Eu, no fundo, era um cara legal. Era legal por você. Os minutos já se passaram, você não bateu na minha porta, não voltou e eu, ah, e eu? Meu rumo era você e eu a perdi. Meu telefone ainda é o mesmo, ainda moro na mesma rua, na mesma casa, aquela mesmo que você amava bagunçar depois que custávamos arrumar. Ah, se você soubesse o quanto eu sinto a sua falta, o quanto eu queria ter respirado fundo e segurado o seu braço pra você não entrar naquele táxi. Quem sabe o destino estava certo sobre nós. Minha ficha ainda não caiu. Fico sentado por horas e horas na minha porra de calçada, esperando ouvir os seus passos correndo até minha direção. Pode falar: eu sonho alto pra caralho, né?

Acho que não foi amor, mas deixou marcas, deixou saudade, deixou um buraco no peito, deixou a desejar, deixou a realizar, deixou uma carência imensa. Eu torço para que não seja amor, mas no fundo eu sei que é, que foi. É uma droga perceber que amor tem dessas também, de machucar mais do que fazer bem. Eu tento me convencer de que não era amor, mas eu sei que foi. E você também sabe. Mas o que mais me cutuca não é a saudade… O que me inferniza e me deixa sem resposta é: será que eu deixei saudade? Nem sei porque me pergunto isso, pois sei que deixei. Se existiu amor, existe saudade. Não importa o quanto você me despreze, ou quantas mulheres você tenha pegado depois de mim. Não importa. Porque assim como você é pra mim, eu também sou suas cores. Não adianta ter deixado um adeus se a gente sempre se vê de novo. Se encontra, e se ama infinitamente mais do que nos amávamos. Foi amor. É amor.

Eu lembro de você e não sinto mais aquela súbita vontade de chorar ou o chão se rachar sobre os meus pés. É normal isso? Pensar em você e não sentir mais aquela dor absurda e insuportável? Tenho medo de que o amor esteja indo, de uma vez por todas, embora. Antes era tudo o que eu mais queria: que o amor e a saudade fossem junto com você. Mas, hoje, é estranho ouvir aquela música que me lembrava nós dois e, ao invés de abaixar a cabeça, levantá-la e ir dançar. É estranho sentir o seu perfume e o estômago não mais embrulhar. É tão desconfortável ouvir ou ver o seu nome e não sentir cada parte do meu corpo se estremecer. Eu ainda sinto sua falta, claro, mas os meus dias deixaram de ser vazios por isso. Hoje eu consigo olhar para trás e aceitar que você está lá, sem querer de todas as formas possíveis te trazer para o presente. Meu olhos já não se enchem de lágrimas quando lembro das nossas conversas, pelo contrário: hoje eles sorriem. Será que eu preciso de um médico? Nunca achei que chegaria o dia em que eu sentiria vontade de conhecer outras pessoas e, ainda mais, não querer te procurar em nenhuma delas. Pensei que a sua ausência preencheria todos os espaços que ainda restavam para a felicidade se alojar até o fim da minha vida. E não é que agora eu consigo rir sem ter no canto da boca um gostinho de querer contar essa história pra você também? Acho que estou evoluindo, andando pra frente, dando passos pequenos rumo a outra etapa da vida. O problema é que essa outra etapa eu desconheço, a chamada etapa-do-desapego. Eu ainda não me acostumei a conseguir olhar para alguém que já foi tudo e não sentir tudo virar nada em questão de segundos. Ainda não aprendi a me portar nas situações quando falam sobre você e querer dizer que já não dói mais. Eu não sabia como era pensar em você e não sentir uma vontade gigantesca de tirá-lo do pensamento e trazê-lo para perto, até chegar aqui - até chegar nessa etapa. Porque, por mais que ver o meu coração, enfim, liberto, seja gratificante, também assusta muito. Não me sentir mais presa à um alguém, a uma voz, a um cheiro, a um sorriso… Dá um puta medo, confesso. Porque agora que eu possuo asas novamente e não sei pra onde voar. É tão estranho saber que eu tinha um ninho e, de uma hora pra outra, não saber e não querer mais voltar pra ele. E daí se pousa aonde? Eu também não sei, mas juro que essa pergunta não mais me rouba noites de sono. Deixa, deixa eu voar por aí. Uma hora ou outra eu encontro outro ninho, outro aconchego, outro abrigo. Não tenho mais pressa, aprendi a dar tempo ao tempo e ter calma com a vida. Não sinto mais aquela necessidade de ter sempre alguém disposto a tampar os buracos no meu caminho. É normal se sentir confiante apesar de tudo que passei? É normal não ter mais medo de altura? É normal encarar o tombo como um aprendizado, não como um motivo para a solidão? Não sei, mas espero que sim. Essa coisa de não precisar mais de você pra nada assusta até a mim.

Desisti. E isso é a coisa mais triste que tenho a dizer. A coisa mais triste que já me aconteceu. Eu simplesmente desisti. Não brigo mais com a vida, não quero entender nada. Vou nos lugares, vejo a opinião de todo mundo, coisas que acho deprê, outras que quero somar, mas as deixo lá. Deixo tudo lá. Não mexo em nada. Não quero. Odeio as frases em inglês mas o tempo todo penso “I don’t care”. Me nego a brigar. Pra quê? Passei uma vida sendo a irritadinha, a que queria tudo do seu jeito. Amor só é amor se for assim. Sotaque tem que ser assim. Comer tem que ser assim. Dirigir, trabalhar, dormir, respirar. E eu seguia brigando. Querendo o mundo do meu jeito. Na minha hora. Querendo consertar a fome do mundo e o restaurante brega. Agora, não quero mais nada. De verdade. Não vejo o que é feio e o que é bonito. Não ligo se a faca tirar uma lasca do meu dedo na hora de cortar a maça. Não ligo pra dor. Pro sangue. Pro desfecho da novela. Se o trânsito parou, não buzino. Se o brinco foi pelo ralo, foda-se. Deixa assim. A vida é assim. Não brigo mais. Não quero arrumar, tentar, me vingar, não quero segunda chance, não quero ganhar, não quero vencer, não quero a última palavra, a explicação, a mudança, a luta, o jeito. Eu quero não sentir. Quero ver a vida em volta, sem sentir nada. Quero ter uma emoção paralítica. Só rir de leve e superficialmente. Do que tiver muita graça. E talvez escorrer uma lágrima para o que for insuportável. Nada pessoal. Algo tipo fantoche, alguém que enfie a mão por dentro de mim, vez ou outra, e me cause um movimento qualquer. Quero não sentir mais porra nenhuma. Só não sou uma suicida em potencial porque ser fria me causa alguma curiosidade. O mundo me viu descabelar, agora vai me ver dormir. Eu quis tanto ser feliz. Tanto. Chegava a ser arrogante. Tanta coisa dentro do peito. Tanta vida. Tanta coisa que só afugenta a tudo e a todos. Ninguém dá conta do saco sem fundo de quem devora o mundo e ainda assim não basta. Ninguém dá conta e quer saber? Nem eu. Chega. Não quero mais ser feliz. Nem triste. Nem nada. Eu quis muito mandar na vida. Agora, nem chego a ser mandada por ela. Eu simplesmente me recuso a repassar a história, seja ela qual for, pela milésima vez. Deixa a vida ser como é. Desde que eu continue dormindo. Ser invisível, meu grande pavor, ganhou finalmente uma grande desimportância. Quase um alivio. I don’t care. Tati Bernardi

Atravessei o vazio do meu interior e descobri que no fundo ainda havia uma luz para a minha felicidade. Foi mergulhando nas incertezas da minha vida que percebi o verdadeiro significado da palavra “esperança”. Há muito tempo os problemas cotidianos vem afetando o meu interior, cheguei a pensar que não haveria mais solução a não ser me conformar com o futuro incerto de uma vida pacata, mas de uns tempos para cá essas angústias foram sendo tiradas do centro das atenções. Costumo dizer que apenas aceito as dificuldades e ao invés de encará-las de frente, escondo fingindo não ter acontecido nada, mas agora as coisas estão mudando. Talvez eu só precise de um tempo para colocar meus pensamentos tempestuosos em ordem, depois resolvê-los, mas por enquanto deixa como está. Mais uma vez falo isso. Estou sentindo o tempo escorrer por entre os meus dedos e vendo a minha vida passar por mim como um filme sem final feliz. Mas, é como dizem: “Sei que não posso mudar o começo, mas se eu quiser, posso mudar o final”. Descobri que não devo temer diante de todos os acontecimentos, afinal, é depois da chuva que vem o arco-íris não é mesmo? Minha vida está de cabeça para baixo, confesso. E não, não é drama, é apenas o resultado de uma pessoa fria e insatisfeita, vendo problemas onde não há e não afrontando os que possui. Comecei então a pensar que talvez o problema não estivesse na vida em si, mas na dificuldade que coloco à frente de resolvê-los. O problema não está nos outros, e sim em mim. Parei para pensar que há muito tempo tapei os olhos, e não sejamos egoístas a ponto de não aceitar isso. Escolhas são feitas com algum propósito, mas não é no primeiro obstáculo que aparece que iremos retroceder. Dessa vez eu vou até o fim.

É o sonho de toda garota em vias de transformar-se em mulher: dormir junto com o seu Romeu. Talvez ela nem tenha encontrado o príncipe ainda, mas já sonha em dividir lençóis com ele. Um homem seu a noite inteira, os dois protegidos por quatro paredes. Nada daquela pressa de motel, daquele cenário impessoal, daquele castigo de ter que sair de madrugada para voltar para a casa dos pais. Nada de barraca de camping, aquele desconforto, aqueles insetos todos que não foram convidados. Nada de cochilos na rede, de romance dentro do carro, de rapidinhas no meio do mato. Isto faz parte do anedotário da adolescência, quando estamos a ponto de bala e tudo vale. Bom mesmo é dormir juntos numa aconchegante cama de casal, com direito a oito horas de sono e intimidade. Case e verá. Dividir o mesmo colchão tem vantagens, evidente, e não apenas aquelas que você está pensando. É ótimo enfiar os pés no meio das pernas do outro, principalmente quando está fazendo 2 graus lá fora. É ótimo quando ele levanta para tomar água e traz um copo pra você também. É ótimo ter alguém para pedir que investigue que barulho estranho foi aquele na sala. É ótimo ter alguém para abraçar sem segundas intenções, sem erotismo, só pelo carinho, só pelo calor. Pena que não seja sempre assim. O amor é cego mas não é surdo: seu príncipe ronca. Você não ronca, mas fala dormindo. O silêncio exigido depois das 22 horas é quebrado por grunhidos, relinchos, ruídos cavernosos. Ou confissões desencontradas, gritos de pesadelo, nomes que não deveriam ser ditos. Vocês acham que fazem muito escândalo acordados, mas é quando entram no mundo dos sonhos que o fuzuê começa. Se não é o ronco que tira o humor do casal, é o termostato. Ela quer três cobertores assim que entra março. Ele admite uma colcha quando está nevando. Ela dorme de pijama, meias e uma caixa de Kleenex na cabeceira. Ele entra na cama como veio ao mundo e liga o ar-condicionado na potência máxima, não importa a estação do ano. Apaixonados de dia, arqui inimigos de madrugada. Ele quer a janela aberta, ela trancafiada. Ele quer as cobertas soltas, ela gosta de tudo bem preso na cama. Ele quer três travesseiros de pluma só para ele, ela dorme sem nenhum porque tem problema de coluna. Ele tem o sono leve, acorda quando ela espirra. Ela tem o sono pesado, não acorda com o alarme de incêndio. Ele se vira a noite inteira, ela se mexe tanto quanto um cadáver. Ele gosta de ver o Amaury Jr. na cama, ela gosta de ler. Ele deixa as meias que usou o dia inteiro jogadas no chão do quarto, ela coloca duas gotas de Chanel número 5 depois de escovar os dentes. Ela é Marylin, ele é Maguila, e quando não estão transando, sonham com uma cama king size, até que dois quartos os separem. Martha Medeiros

É você que eu sempre busco com minha gargalhada alta, com a minha perdição humana em festejar porque é preciso festejar, com a minha solidão cansada de se enganar. Não agüento mais os mesmos papos, os mesmos cheiros, as mesmas gírias, os mesmos erros, a volta por cima, o salto alto, o queixo empinado, o peito projetado pra frente. Não aguento mais fingir com toda a força do mundo que tudo bem festejar sem saber quem é você. Tati Bernardi

Já aconteceu de eu quase chorar por ter tropeçado na rua, por uma coisa à-toa. É que, dependendo da dor que você traz dentro, dá mesmo vontade de aproveitar a ocasião para sentar no fio da calçada e chorar como se tivéssemos sofrido uma fratura exposta. Martha Medeiros

Uma hora a gente tem que amadurecer. Ter as coisas de mão beijada é muito cômodo, mas a vida real é bem diferente, nada cai do céu. Clarissa Corrêa

A vida é como degraus de escada. Uma hora você desce, outra hora você sobe, e vai chegar um momento que você cai. Então você percebe que mesmo caindo, nunca desistiu de subir.

Quanto barulho cabe no silêncio? Caio Fernando Abreu

A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí? Tati Bernardi

Estrago a pessoa amada em sete dias. Tati Bernardi

Preciso admitir, sou anti-social. Muito irônica, um pouco grossa e de vez em quando meiga. Gosto do meu lado apaixonada, mas quase nunca aparece. E meu lado safada chega a me assustar, mas quem não tem? Protetora e ciumenta ao extremo. Tenho um gênio difícil e um temperamento forte. Às vezes barraqueira, outras vezes calma até demais. Dura como pedra e frágil como vidro. Um poço de orgulho. E mais conhecida como a rainha dos dramas. É, essa sou eu. E sabe de uma coisa? Ainda tem gente que gosta.

A ausência diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes, como o vento apaga as velas e atiça as fogueiras. Machado de Assis

Estar apaixonado deixa tudo tão bonito, tão bonito, que de preto e branco, seu mundo se torna arco-íris.

Eu brigo, implico, dou bronca, fico brava, te recuso, te nego, te mando embora. Digo que não quero mais nada e ainda mando você ir para os braços de outra. Te bato, te xingo, te empurro pra longe de mim, falo alto com você e te irrito todo santo dia com meu ciúme. Mas te cuido, me preocupo, te protejo, te guardo, te conto coisas engraçadas (e bobas) só pra te ouvir rindo para mim, pra te ver sorrindo para mim. Te faço cafuné ou massagem depois de um dia cansativo de trabalho. E, se você preferir, te deito no meu colo pra te chamegar (mesmo quando estou longe, mesmo sem você saber, viu?). Te abraço, te aperto, te enlaço em mim. Meu passado, presente e futuro, te entrego. E, todo meu amor, é teu.

Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Caio Fernando Abreu

Ao invés de ficar aí perdendo tempo construindo pontes, muros, ou sei lá o que na sua vida, faz o seguinte, se reconstrói.

Quero ser mais que tua namorada. Mais que tua amante. Mais que tua melhor amiga. Quero ser mais que tua cúmplice. Mais que tua companheira. Mais que tua confidente. Quero ser quem te apoia, quem te dá conselhos ou chama tua atenção quando preciso. Quero ser quem te cuida, te dando remédio para abaixar tua febre ou melhorar a tua dor de cabeça. Ou quem te cuida só por cuidar. Do tipo que pede para não esquecer a blusa de frio, ou que preste atenção ao atravessar a rua, ou não andar na chuva, nem tomar água gelada, ou até mesmo controlar a quantidade de refrigerante que você toma durante o dia. Quero ser quem vai receber uma ligação tua no meio da madrugada e ouvir você dizer: “preciso de você” ou um “tô com saudade” ou até um “liguei para ouvir tua voz”. Ou mesmo pedindo para que eu fique em silêncio, te fazendo companhia. Quero ser quem você pensa ao querer dividir alguma coisa boa que aconteceu, ou até uma besteira qualquer. Quero ser quem vai andar nas ruas segurando a tua mão e de quem você vai sentir orgulho por isso. E por qualquer outra coisa que eu tenha feito ou faça. Quero ser quem vai preparar o teu prato preferido em um almoço de domingo. E quem vai receber elogios da tua mãe, ouvindo ela dizer que sou a pessoa certa para você ou qualquer coisa assim. Quero ser quem vai estar ao teu lado na cama. Quem vai receber teus carinhos e ouvir palavras de um futuro bom. Quero ser quem vai ajudar você com teus problemas, e fazer tudo para torná-los menores e mais fáceis de serem resolvidos. Quero ser quem você estará esperando no altar, filmando o nascimento dos nossos filhos e todas essas coisas clichês, todos esses sonhos de um casal apaixonado. Como nós. Quero ser tua. E quero que você seja meu. Para sempre.

Ando tão triste que às vezes me jogo na cama, meto a cara fundo no travesseiro e tento chorar. Caio Fernando Abreu

Transforme o sapato em um barco, ponha-o na água com a sua foto dentro. Não arrume a casa na segunda-feira. Não sofra com o fim do domingo. Alterne a respiração com um beijo. Volte tarde. Dispense o casaco para se gripar. Solte palavrão para valorizar depois cada palavra de afeto. Complique o que é muito simples. Conte uma piada sem rir antes. Não chore para chantagear. Cometa bobagens. Ninguém lembra do que foi normal. Que as suas lembranças não sejam o que ficou por dizer. É preferível a coragem da mentira à covardia da verdade.