Ela nasce como o Sol, todo dia, iluminando e distribuindo esperança para quem está acordado. Ela transborda alegria e repassa essa felicidade por meio de cantos desafinados. Cantar não é o forte dela, mas não tem problema, todo mundo gosta de ouvi-la. Com simpatia, carisma e através de agudos e graves totalmente errados, ela acaba com toda a demagogia. Com as sobras dos anos passados, ela reorganiza e propõe novas expectativas. Já a conheço tem algum tempo e é incrível a facilidade que ela tem de melhorar ano após ano. Espetacular também é que ela consegue melhorar todos a sua volta, mesmo aqueles que a odeiam. Mas como odiá-la? Ela é aquele tipo de mulher perfeita. Nem tão alta, nem tão baixa, tem o tamanho ideal. Os olhos? Azuis, mas não um azul piscina, clichê. Os olhos dela são os olhos, é como se Deus tivesse pegado a cor das águas do Pico Yerupaja e reproduzido nela. Sua pele é macia e suave como as nuvens no céu. Os seus lábios provavelmente são feitos de algodão doce e de tão doce me dá vontade de morder. Seus suspiros tem um ar retrô, mas antigo mesmo é meu desejo por ela. É o que toda mulher deveria sonhar em ser. É meiga, simpática, se dá bem com quase todo mundo, menos com aquelas que têm inveja dela. Sabe viver a vida sem extravagâncias, simplesmente simples. E sabe também ser má nos momentos certos. É madura e vivida mesmo com poucos anos de idade. Ela é perfeita, pelo menos pra mim. A gente se conhece a, sei lá, nem sei bem. Mas não importa saber quando ela entrou na minha vida, o importante é que ela não saia. Sou apaixonado por essa menina. Na minha, claro. Ela não sabe, nem desconfia. Sempre fui, mas sempre neguei ser. Ela é tudo e eu sou nada, são dois mundos que não batem, não combinam. Por isso amo-a em silêncio. Eu fiz de mim uma fortaleza confidente, mas agora confesso, sou louco para tê-la comigo. Deixar de ser um exército de um homem só, sabe? Ser o único personagem da história é chato pra caramba. E convenhamos, as mais belas histórias são feitas a dois. Mas, não quero ser Romeu e Julieta ou Bonnie e Clyde, eu só quero ser Eu e Ela. Porém, impossível. Então acho suficiente ser perdidamente apaixonado em silêncio. E mesmo querendo que a lua ilumine cada futuro passo dela em direção ao altar… E mesmo querendo que nossos futuros beijos e abraços se tornem eternos iguais ao céu e ao oceano… E mesmo querendo também que o futuro primeiro ''eu te amo'' seja igual ao último… Eu me contento em só ouvi-la cantar. Felipe Fernandes
Ps: Para ler a parte 1 da crônica "30 Linhas sobre você" clique em "Cartas Não Enviadas."
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