segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Mentiras são como presentes embrulhados por uma caixa. Sem tamanho específico, enfeitado com um laço bem grande e chamativo. Acho muito bonito vê-lo por fora — talvez pela dimensão do pacote ou pela sua altura. É humano criar expectativas sobre o que há ali dentro, até antes de abri-lo e se surpreender. Maioria das vezes, não é o tão esperado. Maioria das vezes, é ilusão minha.
Você não sabia cozinhar. Nem fazer um espaguete, talharim ou miojo. E eu pensei: “Quem, por Deus, não sabe fazer um miojo? Três minutos e pronto. Tão simples, fácil, nada complicado.”. Mas aí, encarei seus olhos brilhantes e aquele sorriso impactante, e percebi que nada disso importava. Porque com você, eu seria feliz, mesmo vivendo de pizza.
Um dia você vai se lembrar de mim. Os números da sua agenda passarão claramente na sua frente e você não terá nenhum para discar. Talvez, até tente o meu, mas até lá posso não querer mais te atender ou talvez nem seja mais meu aquele número. Você vai tentar chamar alguém, mas não vai haver ninguém pra sair correndo e te dar um abraço, nem te colocar no colo ou acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar. Nessa fração de segundo, quando seus pés perderem o chão, você vai lembrar do meu carinho e do meu sorriso infantil. Virão súbitas memórias gostosas dos meus beijos e abraços, da minha preocupação quando você saía e esquecia de pegar a blusa de frio… E só terá uma música repetindo no seu rádio: a nossa doce sinfonia. Em um novo momento você vai sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração, e vai torcer bem forte para ter o nosso mundinho de volta, mundinho difícil, mas cheio de amor e carinho. Vai ouvir a chuva cair e vai sentir um imenso vazio por não ter um grande amor pra compartilhar esse momento. Não terá alguém para brincar de se jogar na grama nos dias ensolarados, nem para admirar o pôr-do-sol sobre a ponte da pequena cidade. Talvez, nem consiga mais sentir o frescor do vento. O nome disso é saudade, aquilo que eu tinha tanto e te falava sempre. E quando você finalmente bater na minha porta, ela estará trancada, ou se aberta, mostrará uma casa vazia. Seus olhos te ensinarão o que são lágrimas, aquelas que eu te disse que ardiam tanto. E você vai lembrar dos carinhos nas costas pra você dormir, dos paninhos quentes pra aliviar sua dor de madrugada, da minha inocência que ria de tudo que você falava, do meu jeito bobo, do meu jeito de tentar te fazer feliz… O nome do enjoo que você vai sentir é arrependimento, e a falta de fome será a tristeza, a mesma que eu senti por tanto tempo. Um dia você irá se deitar, e quando olhar para o teto do quarto escuro, vai se lembrar que as estrelas poderiam estar lá, para iluminar todas as suas noites frias. Mas tudo o que você verá é a escuridão. Então quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhar com os meus olhos encantados… você encontrará a solidão. E você vai ver que diante de tudo isso, alguns dos meus defeitos poderiam ter sido perdoáveis. A partir daí, o que acontecerá chama-se surpresa. E provavelmente o remédio para todas essas sensações… é o tal do tempo em que você tanto falava.
Sou totalmente contraditório. Tipo, quero os melhores amigos e não consigo ser o melhor dos amigos. Dou conselhos e não os sigo, minto e não gosto que mintam pra mim, faço ciúmes e odeio que façam a mim, não puxo assunto e quero que puxem, acho que em consequência o universo me amaldiçoou… Amo, amo mesmo, mas não sou amado.
Sabia que no japão existem três maneiras de dizer “Eu te amo”? Você diz Daisuki para seus amigos e ficantes, diz Aishiteru para um namoro mais sério e Koishiteru para a pessoa com que você quer passar o resto da sua vida. E eles seguem isso à risca. Isso é uma das coisas que eu admiro neles. Eles não banalizaram o “Eu te amo”como nós fizemos.
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