quinta-feira, 11 de julho de 2013
- Escreve “Eu não te amo mais” em uma folha de papel.
- Escrevi, e agora?
- Agora pega a borracha e apaga. O que aconteceu?
- Apagou, mas a folha ficou marcada.
- Pois é, assim que acontece com as palavras que nos machucam. A gente
faz de tudo para apagar, eliminar, deletar, mas não esquece não. Ficam
marcadas para sempre.
Percebi que em meio as nossas despedidas você sempre diz “se cuida”, e me dá um aperto no coração. Um aperto de não querer te deixar ir ou eu ir, de querer ficar mais e jogar conversa fora, ou então ficar só por ficar. Tá que nem sempre tínhamos papo, mas até com o nosso silêncio eu me contentava. Muitas vezes me incomodava, mas também me confortava. E sempre que começávamos a nos despedir, e você vinha com aquele papinho de “se cuida”, minha vontade era de gritar “FICA MAIS UM POUQUINHO PRA ME CUIDAR!”. Mas eu nunca dizia nada, e no fim morria de saudade.
O mundo e as pessoas mudam muito rápido. Hoje quem você ama está aqui, amanhã pode não estar. Hoje você tem um emprego, amanhã pode não ter. Hoje você dormiu com a frase entalada na garganta, amanhã o dia nasce de outro jeito, com outra cara e a frase pode ficar perdida no meio do nada. Ou pode ser tarde demais. Clarissa Corrêa
Já digitei uma SMS enorme, e na hora de enviar eu apaguei ela toda. Já liguei para seu número, e quando começou a chamar eu desliguei. Já virei a noite chorando por sua causa, mas também já fiquei tão feliz por sua causa que nem conseguia dormir. Já te odiei tanto, mais tanto, que nem por isso consegui deixar de te amar. Já disse “se cuida” querendo falar “eu te amo”, e já mandei você sumir com o intuito de que ficasse. Já ouvi alguém gritar seu nome na rua, e ainda olhei pra todos os lados pra vê se te encontrava. Já vi filmes, ouvi músicas, assisti seriados só pra poder pensar em você, mas também já odiei tudo isso por me fazer lembrar. Já falei de você, xinguei você, pensei em você, quis matar você… Já fiz isso, fiz aquilo. E sabe de uma coisa? Eu faria tudo isso outra vez.
Não sinto a sua falta. Falta eu sinto de quando era pequena e minha mãe me colocava para dormir todas as noites. Falta eu sinto do tempo que perdia assistindo aqueles velhos desenhos animados. Falta eu sinto de brincar na rua até tarde com os amigos. Falta eu sinto de chorar por causa dos meus joelhos ralados, ou chorar por causa que meus pais me negavam algo que eu tanto queria. E como chorava viu. Falta? Falta eu sinto de muitas coisas, mas de você eu não sinto falta não… De você eu morro de saudade.
Perdi. Nunca fiz o tipo que perde sabe, faço mais aquele tipinho que sempre ganha, sempre tem tudo e sempre conta vitória. Mas dessa vez eu perdi. Melhor dizendo, te perdi. Confesso que fui ao inferno e voltei umas trezentas vezes, fiz coisas da qual me arrependo e me isolei do mundo. Resumindo, me tornei um zé ninguém. Te perder era me perder. Parece loucura, ou talvez seja, mas amar nos torna tão dependente de outra pessoa, que quando chega a hora de seguirmos a vida sozinhos, simplesmente não conseguimos. O amor me fodeu. Literalmente. Se eu desabei? Que nada, só cai de um precipício e me quebrei toda. Tudo bem, porque agora vou colar os pedaços que me restam para voltar a ser inteira outra vez. E quer saber de uma coisa? Eu não te perdi não, eu apenas me livrei.
Quando foi a última vez que você tomou banho de chuva sem se preocupar com o celular no bolso, os cartões do banco, a chapinha, o sapato que não pode molhar? As pessoas têm que se permitir. Aprender o atraso, o olhar em volta. Mudar o caminho de todos os dias e se perder no seu próprio bairro. É o que tenho feito, me perdido. E devo dizer que estou muito feliz por não encontrar o caminho de volta. Verônica Heiss.
Confesso que simpatia demais me irrita, e grosseria ao extremo me enoja. Seja feliz, mas não em excesso. Uma pequena dose de tristeza de vez em quando não faz mal a ninguém. Gosto quando me cumprimentam olho no olho, e nem sempre estarei de bom humor para poder sorrir de volta. Fale comigo quando necessário, e mantenha distância caso eu estiver com fones de ouvido. Jamais force uma conversa, e nem insista muito em algo que eu não queira. Quando me olham demais eu me incomodo, e por favor, nunca quebre o meu silêncio quando eu quiser ficar só. Entendido? Não sou complicada não, sou mal compreendida.
Fui embora e uma semana depois você já ria com um outro alguém. Por enquanto tudo bem, somente gargalhadas, tardes animadas, dor de barriga de tanto rir e todo esse mar de rosas. Quero mesmo é ver essa pessoa aguentar tuas crises existenciais. Aquelas que você chora o dia todo e precisa de alguém perto pra enxugar tuas lágrimas. Que você escuta música romântica e deixa todo mundo com embrulho no estômago por aquelas músicas serem tão melosas. Que você sente vontade de desistir de tudo e esquece que tem gente que te ama. Tuas crises existenciais não sou para qualquer um não. Quero só ver. E daí, quando chegar esse dia, sabe quem vai dar risada? Eu.
Sacrifício. Não é o que chamaria de palavra moderna. As pessoas ouvem a palavra “sacrifício”, e ficam com medo de que algo seja tirado dele ou de que eles terão que desistir de algo que eles não vivem sem. Sacrifício, pra eles, significa perda num mundo que diz que podemos ter tudo. Mas eu acredito que sacrifício verdadeiro é uma vitória. Isso porque, é necessário livre arbítrio para desistir de algo ou alguém que você ama, ou de algo ou alguém que você ama mais do que a si mesmo. É uma aposta. Sacrificar não vai levar embora a perda e a dor, mas isso ganha a batalha contra a amargura, amargura essa que escurece a luz de todo o valor verdadeiro em nossas vidas. Dezesseis Luas
Um Whisky, um cigarro, e um garçom enchendo o saco, diz que vai fechar o bar, eu pago cem reais para o que ainda resta na garrafa, ele não quer vender, pra não me ver chorar, eu já bebi demais, mas eu não vou voltar pra casa, hoje eu vou dormir na rua, se eu me tornar um vagabundo por aí a culpa é sua. Já tô tonto, chato e ninguém tá me suportando, mas perdoa, eu já não sei mas o que eu tô fazendo, isso vai passar, mas só quando ela voltar pros meu braços. E eu que nem bebia, nem saia, só me dedicava a ela, eu vivia só pra ela, se hoje eu choro tanto, se eu já tô tonto e se eu vou dormir na rua, isso não importa mais, isso pra mim tanto faz. A culpa é sua.
Na verdade, meu amor, não sei se eu acreditava em amores da vida. Não sei se existe uma vida, mais de uma, cem ou mil; não sei nada disso, mas sei que existe você na minha vida. E sei que ela mudou depois que aquele estranho se apresentou e pegou a minha mão. E sei que ela é muito mais feliz a cada manhã em que eu acordo com aquele que um dia foi estranho e hoje é o que conhece cada tom de voz, cada suspiro, cada frase que eu vou dizer. Clarissa Corrêa
Você é uma pessoa diferente das outras pessoas, mas isso não te faz mais especial que ninguém. O seu problema é que você está sempre querendo ser. Esquece do que você já é, que é a melhor parte, bem mais autêntico que qualquer ego-ficção. Fica nessa de ninguém-quer-saber-de-mim e pra-mim-chega e esquece do seu talento, talvez o único que você tem. Cadê sua bateria? Gabito Nunes
Não importam os pontos já somados ou o quanto você foi legal, seremos julgados eternamente por um único e isolado e grande erro. Sinto muito, é assim que funciona. Não existe justiça nisso que chamamos de “vida”. Às vezes somos resumidos por aquilo que só fizemos uma vez, se acaso aquilo que só fizemos uma vez modificar alguém para sempre. Gabito Nunes
Assinar:
Postagens (Atom)