segunda-feira, 8 de julho de 2013
Se não fossem as minhas malas cheias de memórias ou aquela história que faz mais de um ano, não fossem os danos, não seria eu. Se não fossem as minhas tias com todos os mimos ou se eu menino fosse mais amado, se não desse errado não seria eu. Se o fato é que sou muito do seu desagrado, não quero ser chato mas vou ser honesto, eu não sei o que você tem contra mim, você pode tentar por horas me deixar culpado mas vai dar errado já que foi o resto da vida inteira que me fez assim, se não fossem os ais e não fossem a dor e essa mania de lembrar de tudo feito um gravador. Se não fosse Deus bancando o escritor, se não fossem o mickey e as terças-feiras e os ursos pandas e o andar de cima da primeira casa em que eu morei e dava pra chegar no morro só pela varanda, se não fosse a fome e essas crianças e esse cachorro e o Sancho Pança, se não fosse o Koni e o Capitão Gancho, não seria eu. Clarice Falcão.
O que eu peço é que você seja sempre de verdade também. Que me queira assim, imperfeita e cheia de confusões. Que saiba os momentos em que eu preciso de uma mão passando entre os fios de cabelo. Que perceba que às vezes tudo o que eu preciso é do silêncio e do barulho da nossa respiração. Que veja que eu me esforço de um jeito nem sempre certo. Que veja lá na frente uma estrada, inteiramente nossa, cheia de opções e curvas. E que aceite que buracos sempre terão. Clarissa Corrêa
As vezes a gente lembra e ri. Lembra e chora. Lembra por causa de uma foto, uma música ou até mesmo um filme. Lembra e relembra. Outras vezes lembra por apenas lembrar. E outras vezes lembra porque te fizeram lembrar. Lembra porque a única coisa que ainda resta é a lembrança. Lembra e já nem dói mais. Mas que dá uma puta de uma saudade, ah dá.
Chore menina, chore mesmo. Não prende o choro não, não engula sofrimento não, não guarda nada não, se esbalda e chore. Chore até se encharcar com as lágrimas, chore até seu corpo entrar num dilúvio, chore até dizer chega. Mas chore. E quando tudo isso passar, favor limpar essas lágrimas e seguir. Chorar uma vez é viável, chorar duas vezes é burrice.
Queria saber por onde anda aquelas pessoas que prometeram nunca me deixar. Será que elas estão ocupadas demais para poder ouvir meus problemas, me apoiar e me fornecer aquela pequena ajuda? Ou será que elas me substituíram por alguém melhor? Então quer dizer que a coisa funciona assim, enjoei, vou lá e troco. Quanta tolisse, mais uma vez acreditei naquele clichê do “Para Sempre.” Sempre caiu nessa. E logo logo aparecerá outro alguém em minha vida e vai dizer aquela frase ridícula: “Não sou como os outros.” E quer saber o mais engraçado de tudo isso? Eu vou acreditar.
Tem que dançar charmoso, ser irônico, ser calmo, porém macho (ou seja, não explodir por nada, mas também não calar por tudo). Tem que ser meio artista, mas também ter que saber cuidar dos meus problemas burocráticos. Tem que amar tudo o que eu escrevo e me olhar com aquela cara de: essa mulher é única. Tati Bernardi.
Meu tipo preferido de gente é aquela que espirra engraçado, que ri com a mão na barriga, que canta e dança qualquer música. Aquele tipo de gente que tropeça e finge que tá correndo, que sai de pijama na rua, que acorda rindo. Gente que não planeja tudo. Gente que pede licença, que diz “obrigado”, que pede desculpas, que chora assistindo filme. Aquele tipo de gente que é muito sincera, mas sabe quando e como falar, aquele que conversa olhando nos olhos. Aquela gente que diz que te ama, que mexe no cabelo dos outros, que lê as coisas no elevador, que conta piada, que joga conversa fora, que te organiza uma festa surpresa, um almoço ou um jantar surpresa… Aquele tipo de gente que te faz sorrir, que te faz sentir importante, que se importa. Aquele tipo de gente que não tem vergonha de ser feliz. Gente que gosta de gente!
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