sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Sonhe com aquilo que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer aquilo que quer. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passaram por suas vidas. Clarice Lispector
A gente precisa sorrir e chorar bastante e descobrir o lado bom e o ruim de cada um. Precisa andar na chuva e no sol e sentir qual o melhor solo para se pisar. Precisa tomar uma boa taça de vinho e se lembrar de que é isso que os italianos fazem para viver mais. Precisa aprender a jogar algum jogo de cartas para, quem sabe, passar o tempo com os amigos na falta de luz. Precisa passear por alguns parques e ver os passarinhos namorando em árvores. Precisa comprar presentes e fazer os próprios cartões de felicitações. Precisa sentir a pele arrepiando com o outro entrando pela porta ou gostar de muita gente e amar apenas um. Precisa saber que é inocente, mas não se deixar ser a vítima. Precisa ter bom humor para o celular que acabou a bateria, o chaveiro que sumiu, a manhã que começou ou o amigo chamando no telefone. Precisa ler livros, dar livros de presente, sentir as palavras e até escrever um livro, se assim for. A gente precisa sentir os impactos, mas levantar do terremoto. Precisa lembrar sempre que há alternativas na vida, mas que a morte não tem saída. Precisa ter paciência no fim da festa, calma no domingo em família e atrevimento na oportunidade de emprego. Precisa ter um bocado de roupas coloridas e passar o verão de pés descalços. Aliás, precisa pisar na neve, na areia e na água. A gente precisa deixar uns entrarem e outros saírem. Precisa cozinhar ouvindo uma boa música e tomar menos remédios. Precisa fazer piadas sem graça e não entender outras tantas. Precisa rir do amigo que tropeçou e dar a mão para rirem juntos. Precisa tirar uma moça para dançar ou deixar um rapaz enlouquecido de paixão. Precisa deixar a lágrima cair e a garganta destravar. Precisa ser o momento triste e o momento feliz. A gente precisa arrumar a vida, deixar ela se desarrumar e tentar tudo outra vez. A gente precisa de muita coisa, de uma lista imensa, de um abraço apertado, de um beijo calado, de ver desenhos nas nuvens e carregar crianças no pescoço… A gente precisa ser o que for, vivendo.
Que porcaria, isso. Eu assisti essa pessoa depilando as axilas debaixo do mesmo chuveiro. Eu vi essa pessoa de pijama. Eu transei sem camisinha com essa pessoa. Eu aturei o seriado Grey’s Anatomy sempre que essa pessoa chegava antes no controle-remoto. Eu rabisquei os azulejos com batom insinuando amar para sempre essa pessoa. Fui ao supermercado às onze da noite porque essa pessoa estava a fim de comer batatinhas sorridentes. Eu me preocupei com as provas semestrais dessa pessoa. Eu baixei da internet canções de quem não gosto, como as do Jack Johnson e Guns N’ Roses, para que essa pessoa pudesse correr no parque alegremente aos sábados. Eu esfreguei à mão as calcinhas sujas dessa pessoa. E agora essa pessoa simplesmente desfila na minha frente com outra pessoa. Gabito Nunes
Admito que machucou, que doeu, que me sufocou. Admito que eu não sabia pra onde correr. Admito que me consumiu, que me corroeu, que me despedaçou. Mas também admito me fez olhar pra frente e entender que tudo nessa vida tem uma razão, e que se você se machuca muito, começa a não doer tanto. Tati Bernardi
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