quinta-feira, 29 de novembro de 2012
“Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de
alguém que o que mais queremos é tirar esta pessoa de nossos sonhos e
abraçá-la. Sonhe com aquilo que você quiser. Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance de fazer
aquilo que se quer. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E
esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não têm
as melhores coisas. Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que
aparecem em seus caminhos. A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E
para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por
suas vidas. O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente
vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as
decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade. A vida não é de se brincar porque um belo dia se
morre.” Clarice Lispector.
“Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter… calce
os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas
tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que
eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz. E
então, só aí poderás julgar. Cada um tem a sua própria história. Não
compare a sua vida com a dos outros. Você não sabe como foi o caminho
que eles tiveram que trilhar na vida.” Clarice Lispector.
Uma hora o amor chega… Ele só deve estar atrasado, preso no trânsito, o pneu do carro furou, derrubou café no paletó, esbarrou com alguém e derrubou tudo no chão. O amor só pode estar atrasado, não tem outra explicação. Por que demora tanto? Cansei de esperar. Deixei um recado na caixa postal “Amor, se você estiver ouvindo essa mensagem, queria te avisar que VOCÊ ESTÁ DEMITIDO”.
Eu estipulo pra vida um amor completamente inexistente. Não sei, eu quero que tenha bom humor, que seja alguém engraçado, que tenha presença e total constância. Precisa saber se vestir, ter um sorriso bonito e ser uma pessoa consideravelmente alta. Alguém que saiba diferenciar coisas e que não coloque palavras na minha boca. Que saiba me interpretar e que seja totalmente aquilo que faltava. Precisa saber escrever e me surpreender todos os dias. Flores, bombons, seja lá o que for. Precisa ser uma pessoa educada e pra lá de única. Precisa ser necessário quando preciso, e desnecessário quando preciso. Precisa saber me satisfazer na cama e me amar acima de tudo. Não que eu queira essa pessoa exclusivamente só pra mim, mas que ela escolha ficar comigo ao sair para beber com os amigos. Não quero alguém exclusivamente meu, mas que seja meu a maior parte do tempo, sabe? Alguém que eu estipulei, e que na minha cabeça, não teria melhor. Alguém que eu, sei lá, criei. Vai que existe, né? Mas aí vem a vida e nos surpreende mais ainda, tentando encaixar uma pessoa que não tem nada a ver com o que eu pedi. Que não sabe porcaria nenhuma, muito menos amar. A vida vem com esses joguinhos indecentes de fazer a gente se apaixonar pela pessoa errada, e está aí a tal encomenda. Mas espera aí, vida, isso não foi o que eu pedi. Você leu o contrato direito? Isso está errado. Eu não pedi isso! Mas a gente se surpreende com a gente mesmo, e vê que é isso que a gente precisava. De uma pessoa oposta as nossas expectativas e totalmente contrária as nossas propostas. A gente fica louco e quer acabar já no começo. O que é que esse ser tem de bom? E a gente descobre que não tem nada, mas que a gente pode aperfeiçoar e o tonar o que a gente quer. A gente se surpreende com a vida. E o que a gente nunca imaginava fazer falta, um dia faz. Maldito pedido não feito! Viu, vida? Se você tivesse entregue a mercadoria certa, neste exato momento não estaria fazendo isso. E a gente se surpreende de novo, porque o que foi estipulado, não existe. Mas a gente quer. E o que a gente tem é só isso, esse amorzinho fajuta que faz a gente sofrer. Filtra de novo.
Sinto falta da minha infância. Época em que eu não precisava fingir felicidade, com largos sorrisos no rosto, eu não sabia o que era decepção, saudades de quando eu chorava por causa de joelho ralado, e não por causa de coração quebrado, minhas únicas preocupações eram qual cor de canudos eu escolheria para tomar refrigerante, e controlar o horário para não perder o meu desenho favorito. Saudades de quando eu acordava, e minha única vontade era de brincar, hoje, abro meus olhos, penso na vida, e fico com preguiça de levantar da cama e viver, porque hoje, viver dói. Tenho saudades de quando eu tinha medo de escuro, homem do saco, altura, cachorro bravo, e não de mentira, ilusão, frustração, falsidade e amores não correspondidos. Saudades de quando meu mundo era colorido, e não repleto de cinzas: amarguras, inseguranças,dores e ansiedades. Criança é como um passarinho que ainda não saiu do ninho, vida de criança é como um cd novinho, sem nenhum risco. A realidade é como a altura que separam o ninho do chão e como pequenos pedaços de sujeira, que pouco a pouco vão riscando o cd, até chegar a hora em que ele não toca mais.
Eu não quis mudar, eu não quis ficar frio, eu nunca tive em mente o plano de ser duas pessoas completamente diferentes em vida. Sinto falta de muitas coisas, principalmente, do antigo eu, dos meus antigos hábitos, da inocência, do otimismo, da esperança e a fé nas pessoas. Eu não sei mais acreditar nas pessoas, eu não sei mais acreditar em nada, já fui decepcionado demais e já me frustrei vezes inúmeras. Eu nunca quis mudar, eu não mudei, algo dentro de mim continua o mesmo, lá no fundo, onde a mágoa, a tristeza, o vazio e a solidão ainda não conseguiram penetrar. Eu sou o mesmo, só que mais machucado, a essência é a mesma, apesar do frasco estar todo amassado, riscado e quebrado, se existe ainda algo bom dentro de mim, reservei para quem merece, a vida me ensinou a selecionar os meus diamantes, pequenos pedaços de vidro não me enganam mais. Me disseram que eu mudei; vesti uma armadura impenetrável, sou frágil demais e me machuco com facilidade. Decidi dificultar um pouco as coisas para as pessoas, se alguém quiser chegar ao meu coração, vai ter que se esforçar e muito, alias, muitos já se foram, muitos foram os que desistiram, poucos são os que restam, poucos foram os que me amaram a ponto de não desistir de mim, apesar do meu jeito todo errado e difícil, mas quem ficou, sabe que valeu a pena.
Odeio fazer drama, odeio mendigar atenção e carinho[…] Quando as pessoas exigem que eu corra demais atrás delas, eu me afasto. Quero pessoas que me amem de verdade. Amigos de verdade, pessoas de verdade, um amor. Eu exijo demais das pessoas, me irrito por besteiras, me machuco com coisas ridículas, sou difícil, mas não impossível de se amar. Sei la, a pessoa dura e azeda que as vezes eu demonstro ser é só uma armadura. Já me machuquei tanto nesse jogo de cair de cabeça nos sentimentos e relacionamentos. Fiquei mais cauteloso, cético, incrédulo, mas não perdi o dom de amar. É que eu resolvi guardar o que eu tenho de bom e reservar pra quem merece, pra quem fazer por merecer.
Tá tão frio. Me refiro ao meu coração. O que houve comigo? Juro, eu não sei. Motivos para mudar, tive vários, e quem não tem? Por várias vezes, reclamei aos sete ventos o quanto era ruim sentir demais, hoje, não sinto nada, o vazio machuca. Irônico, não é verdade? Parece que a vida sempre encontra uma forma nova de nos machucar, de cravar um espinho na nossa carne. Vivo inconstante, uma hora, estou sorrindo, outras, mergulho em melancolia, e o que me resta é permanecer em silêncio, se afastar, ficar pelos cantos, sofrer sozinho. Eu já amei tanto, já chorei tanto, já fui mais intenso, parece que as lágrimas secaram, e o coração, cansado de sofrer, se retraiu, ficou medroso, dificilmente se entrega, mas estou bem assim. É bom, guardar o que tenho de melhor e reservar para quem realmente merece. Eu era impressionável, me entregava fácil demais. Aprendi a me dar valor, aprendi a valorizar cada sorrido, mas principalmente, cada lágrima.
Você não me viu chorar todas aquelas horas, nas manhãs, logo quando acordava e lembra-se de você, logo depois que eu almoçava e me escondia em alguns dos cantos da casa para chorar de saudades, ou antes de dormir, de tanto pensar em você. Você não sabe o que eu senti, nem 1% da dor, nem 1% do amor. Você não soube entender, não soube perceber, existiu alguém que te amou, você me descartou, como um brinquedo velho, você se manteve indiferente, mesmo que eu não soubesse demonstrar, eu era um mar de sentimentos, um furacão devastador soprava dentro de mim, furacão, esse, chamado amor.
Sua voz. Nunca imaginei que sentiria tanta falta. Meio rouca, desafinada, de sono. Nada me satisfazia mais do que ouvi-la. Como canção aos meus ouvidos. Remédio para qualquer dor, que me fazia esquecer de tudo. Era como se eu flutuasse só de ouvi-la. Nunca imaginei que sentiria tanta falta dos telefonemas, das coisas bobas e certas coisas que só tinham graça por ser você quem as disse. Nunca imaginei que deixar de ouvir a sua voz doeria tanto. Saudade machuca. Arde. Preciso ouvir qualquer palavra sua.
Eu me tornei um pouco cético em relação aos sentimentos. Não que eu tenha deixado de acreditar neles, deixei de acreditar nas pessoas[…] Elas confabulam, mentem, enganam. Algumas parecem sentir prazer em iludir as outras. Eu acredito no amor, não mais em um “eu te amo”. Acredito que alguns sentimentos, podem ser tão intensos e verdadeiros a ponto de serem eternos, não acredito mais nos “para sempre” que ouço.
As pessoas vivem dizendo: Você mudou. Sim, eu mudei, e quem não muda depois de banhos sucessivos de decepções, dores e perdas? Eu até relutei, mas foi inútil. Eu já fui mais alegre, mais legal, mais compreensivo, mais paciente, mais extrovertido, mais cheio de sonhos, fantasias, desejos e esperanças. Ando mais calado, contido, ando jogando na defensiva, criando o mínimo possível de expectativas, ando sendo mais cuidado, cauteloso, ando tendo cuidado com o que eu acredito, as pessoas mentem e enganam. Eu mudei, ou talvez simplesmente tenha me adaptado com a vida que levo, nela, as coisas dificilmente saem como o planejado, as coisas dificilmente dão certo. A vida, de certa forma, é dura com todos. Cada um tem seu jeito de encarar a dor, e eu escolhi ser assim.
Aprendi que estar bem é diferente de estar feliz. Tantas vezes, ficamos tristes, choramos, e não sabemos nem o porquê. Tantas vezes, temos tanto a falar, e nenhuma palavra para que possa dizer, tantas vezes, temos tanto a falar, e nenhuma pessoa realmente disposta a ouvir. Aprendi a me manter calado.
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