sábado, 18 de fevereiro de 2012



“Sexta-feira à tarde, não tinha o que fazer, nem pra onde ir. Mexendo em uma gaveta velha, encontrei sem querer meu diário antigo. Nele, todas minhas aventuras, derrotas, perdas, felicidades do que se passou. 
Página 16, décima quarta linha:
“Os olhos dele brilhavam enquanto sérios encaravam as águas azuis do mar. Por um momento, achei que estava em outro lugar, tão longe que nem se quer era capaz de sentir minha presença. E sim, eu estava ali, sentada ao lado dele, segurando aquelas mãos aquecidas pelo sol que ardente brilhava no céu. Sem motivo algum, vi um sorriso doce nascer naquele belo rosto. Pensei um pouco e o abracei, mas como sempre, não houve retribuição […]”
Desisti de ler aquilo, deixei o frágil caderno cair de minhas mãos e violentamente tocar o chão. Não sei porque, nem ao menos tentei entender o motivo pelo qual ler aquelas palavras me fizeram parar para pensar que aquilo nunca tinha sido amor. Eu estava lá aquele dia, há tanto tempo atrás, mas não só nele, como em todos os outros, eu sempre estive ao lado dele e nunca o senti retribuir minha companhia. Engraçado não é? O passado voltar assim de repente e nos fazer relembrar das coisas de uma forma diferente. Pois é, agora talvez eu pare de me culpar pelo que aconteceu entre nós, pelo fim que nossa história essa levando. Talvez agora eu entenda que não era pra ser nós e sim só eu e você, cada um no seu canto, quem sabe nos amando mas com pessoas diferentes. Sei que errei, assim como você também errou. Mas meu erro foi ter deixado passar, ter tanto insistido em algo que estava escrito que não daria certo. E desculpa, por não ter avisado antes, desculpa por não ter te deixado partir […]