terça-feira, 25 de junho de 2013
E eu te conto um segredo, baixinho: não há ninguém como você. Nem no meu passado, nem no meu futuro. Você conseguiu calar todos os meus traumas e medos. Todo o passado, agora, é só uma lembrança embaçada e sem graça de uma vida pré-você. Todos os fantasmas foram embora. Toda a complicação deu espaço pra essa coisa boba de ser feliz por nada. E não existe alguém comparado à você, amor. E não vai existir, disso eu tenho certeza. É só você. Você, que tratou de ocupar todos os espaços que estavam faltando na minha vida. Que me fez querer ser uma pessoa melhor. Que me faz sorrir sozinha por imaginar como tudo ficou tão simples desde que você chegou.
Amigo: — Cara, você se arrependeu de ter terminado com ela?
Ele: —
Olha pra mim, você acha que eu me arrependi? Eu saia sexta e só voltava
segunda de manhã pra trabalhar. Eu peguei a mãe, a filha, a prima, a tia
e só não peguei a vó da vizinha, porque ela tinha hemorroida. Eu tinha
cortesia pra entrar nas melhores baladas. Eu esnobei as garotas que
todos os homens queriam pegar. Transei de segunda à sábado, e domingo eu
via futebol. Detalhe, sem ninguém me chamando pra ir ver a porra do
casal feliz no Faustão ou sei lá o que. Me mandavam mensagens o dia todo
e se você perguntar se eu li alguma eu vou te dizer que não. Eu podia
ver filme pornô, levar a guria que eu quisesse pra minha cama e depois
chamar o taxi pra ela ir embora pra eu não precisar gastar gasolina,
porque convenhamos, tá cara pra caralho. Eu era o que elas queriam de
qualquer jeito. E eu, queria todas de qualquer jeito, mas só um
pouquinho cada uma. Chamava todas de bê, pra não errar o nome de
nenhuma. E por que diabos elas achavam que isso era fofo? Eu ia pra
academia as três das tarde e voltava as oito da noite. Tenho uma coleção
de calcinha perdida na última gaveta da minha estante. Eu saia na rua
com o som alto no carro e podia escolher a dedo, quero essa, depois essa
e mais tarde, essa. Na minha geladeira nunca tinha uma caixa de
cerveja, eram no minimo quatro. Eu não devia nada pra ninguém. A única
guria que me cobrava alguma coisa, era minha mãe. Me cobrava minha cueca
lavada e só. Não tinha que ir no cinema ver as comédias românticas e
falar “own amor, eu faria o mesmo por você”. Não tinha que deixar de ir
pra balada pra fazer um lanchinho em família. Não precisava me preocupar
em horário e olhava pra quem eu queria na rua. Minha casa tinha festa
toda quarta. Camisinha aqui tinha do Bob Esponja até das Três espiãs
demais. E eu ainda dava de brinde um moranguinho pra cada garota. Meu
trampo era sentado na frente do computador. Peguei tua irmã cara. A
amiga dela. A Carolzinha filha do Prefeito da cidade. A Jú filha do
gerente do banco. Loira, morena, ruiva, que gostava de pagode até a que
gostava de gospel. Eu tinha o mundo na minha mão. E você me pergunta se
eu me arrependi? Me arrependi caralho. Porque toda essa porra de vida
perfeita nesses 9 meses que fiquei sem ela não teve valor nenhum depois
que eu vi ela sorrindo de um jeito que nunca sorriu pra mim, pra um
outro cara aí. Pra um vagabundo desgraçado que vai fazer ela feliz,
porque eu, eu não fiz ela feliz e ainda mandei a melhor coisa que eu
tinha na vida me esquecer. E sabe o que é pior? Ela me obedeceu.
Vai menina, fecha os olhos. Solta os cabelos. Joga a vida. Como quem brinca somente. Vai, esquece do mundo. Molha os pés na poça. Mergulha no que te dá vontade. Que a vida não espera por você. Abraça o que te faz sorrir. Não espere. Promessas, vão e vem. Planos, se desfazem. Regras, você as dita. Palavras, o vento leva. Distância, só existe pra quem quer. Os olhos se fecham um dia, pra sempre. E o que importa você sabe, menina. É o quão isso te faz sorrir. E só. Caio Fernando Abreu.
Eu não sei se você já se sentiu assim. Querendo dormir por mil anos. Ou simplesmente não existir. Ou apenas não estar ciente de sua existência. Ou algo parecido. Eu acho que querer algo assim é muito mórbido, mas eu acabo tendo esse tipo de desejo quando estou mal. É por isso que estou tentando não pensar. Eu só quero que tudo pare de rodar. As vantagens de ser invisível
Nunca gostei de despedidas. Deixar para trás quem é importante para mim, nunca foi o meu forte. E continua não sendo. Eu gosto de quem vem, e fica. De quem pode até ir, mas volta. De quem me rouba sorrisos sinceros e faz questão de devolvê-los ainda mais belos. Gosto de quem me abraça e não me solta antes que eu peça. Gosto da permanência, da certeza… Do que tão pouco hoje em dia existe: O eterno, o para sempre, o sem fim.
É aquela história: eu tenho paranóia de não dizer para uma pessoa o que eu sinto por ela, e essa pessoa, por algum motivo, sair da minha vida. Então eu sempre falo. Quando eu gosto da pessoa, eu chego e falo assim: ‘Olha, eu gosto de você pra caramba’. Mas é muito difícil você falar isso. Às vezes, é muito difícil. Renato Russo
Ah, se já perdemos a noção da hora. Se juntos já jogamos tudo fora. Me conta agora como hei de partir. Ah, se ao te conhecer. Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios. Rompi com o mundo, queimei meus navios. Me diz pra onde é que ainda posso ir. Se nós nas travessuras das noites eternas. Já confundimos tanto as nossas pernas. Diz com que pernas eu devo seguir. Se entornaste a nossa sorte pelo chão. Se na bagunça do teu coração. Meu sangue errou de veia e se perdeu. Como, se na desordem do armário embutido. Meu paletó enlaça o teu vestido. E o meu sapato inda pisa no teu. Como, se nos amamos feito dois pagãos. Teus seios ainda estão nas minhas mãos. Me explica com que cara eu vou sair. Não, acho que estás te fazendo de tonta. Te dei meus olhos pra tomares conta. Agora conta como hei de partir? Chico Buarque
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