quarta-feira, 12 de junho de 2013
“Hoje, pela primeira vez na vida, vi uma
porta aberta e não quis sair. Aqui nos seus braços tá confortável,
quentinho, numa boa, dá vontade de ficar. Tudo bem que não é um hotel
cinco estrelas e nem nada muito luxuoso, mas veja bem, há uma vista
panorâmica do futuro. Tem futuro, caramba! Com ele perto eu sonho, com
ele longe eu também sonho, o que é estranho, porque eu quase nunca
sonho. Eu quase nunca jogo conversa fora com alguém por mais de 20
minutos. Mas com ele, poxa, com ele eu faço tudo errado. Com ele eu
perco o foco, saio de linha, mudo de cena, me sinto vulnerável. Passei
minha vida inteira me convencendo de que não preciso de espécie nenhuma
para ser feliz, ai me aparece uma meia criatura – porque ele não chega a
ser alguém inteiro – e me transforma num tipinho sem tipo. Do seu tipo.
O que é um absurdo pra quem já mudou muito consigo mas nunca com
ninguém. Se é que você vai entender. Nunca gostei dessa gente que me faz
abrir os lábios e transformar a minha cara em uma careta estranha. E
ele é assim. Um tipinho idiota de cara que me faz não conseguir fechar
os lábios por dois segundos quando penso em algo como, os seus dedos. Ou
o pedaço pequeno da unha. E, o pior de tudo, é que eu chego a achar meu
sorriso bonito perto dele. Idiota, mas bonito. Vem de dentro pra fora, e
volta pra dentro e entorpece as minhas manias absurdas de querer me
trancar em uma caixa. Eu não consigo me trancar com ele por perto. Como
se de repente o ato de respirar dependesse do tempo que ele demora pra
chegar. Isso me assusta. Não, isso me joga em um abismo e me faz querer
correr por duas milhas inteiras só pra não ser dele, só pra não ser sua.
Mas tá tudo tão confortável aqui nos seus braços.” Thiara Macedo
“Um dia seus olhares se cruzam. Você sente uma coisa
que nunca sentiu. Seu coração acelera. Seu corpo arrepia. Seu olhar
ilumina. Sua boca fica seca. Sua barriga sente um frio interminável.
Borboletas dançam uma dança bonita no seu estômago. O mundo de repente
para por um segundo. E você pensa oi, sorte.” Clarissa Corrêa.
“Depois, bem depois, vem o tempo e nos mostra a
verdade como se fosse um passo de dança. Suave, intenso, inteiro. Ele
vem e mostra. E aí a gente olha para trás e pergunta: porque não agi
diferente? Porque você não tinha o conhecimento que tem hoje. Não tinha a
maturidade deste momento. Não te culpa. Não me culpa. A gente não tem
culpa.” Gabito Nunes.
E eu assumi meu peso, eu assumi meu medos, eu assumi toda a merda. E assim, voei ainda mais alto, como se flutuasse. Eu peguei pra mim tudo o que soltava por aí e, surpreendentemente, fiquei mais leve. Se dava pra ir de pesadelo pra sonho deitada, imagina o que eu não poderia fazer da minha vida a hora que ficasse em pé. Tati Bernardi
Não estava indo a lugar nenhum nem o resto do mundo. Estávamos todos rondando por aí, à espera da morte, e enquanto isso fazendo coisinhas para encher o tempo. Alguns nem faziam coisinhas. Eram vegetais. Eu era um deles. Não sei que tipo de vegetal. Me sentia um nabo. Acendi um charuto, traguei e fiquei fingindo que sabia que diabos acontecia. Charles Bukowski
Caí em meu patético período de desligamento. Muitas vezes, diante de seres humanos bons e maus igualmente, meus sentidos simplesmente se desligam, se cansam, eu desisto. Sou educado. Balanço a cabeça. Finjo entender, porque não quero magoar ninguém. Este é o único ponto fraco que tem me levado à maioria das encrencas. Tentando ser bom com os outros, muitas vezes tenho a alma reduzida a uma espécie de pasta espiritual. Deixa pra lá. Meu cérebro se tranca. Eu escuto. Eu respondo. E eles são broncos demais para perceber que não estou mais ali. Charles Bukowski
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