quinta-feira, 10 de novembro de 2011


Droga. Percebera os ruídos do velho relógio abandonado. Tic tac, tic tac… aquilo lhe tirava a atenção. A pequena casa vazia, lotada de memórias. Abandonada e esquecida. Ingênua garota com laço de fita armado no tão delicado cabelo cacheado. Tua pele branca como a neve formava um exuberante contraste com teus cachos negros e teus olhos azuis. Seu coração… batia. Porque antigamente, sentia. E sentia de uma forma completamente exagerada! Como se seu sangue fosse constituído por ilusões ao invés de hemácias. 
Soubera atuar por longo tempo. Disfarçava sua imensidão de saudade. Pois ela era um turbilhão de ações exageradamente exageradas. Sentia demais, chorava demais, tinha medo demais, fugia demais… e fingia demais. Mas ninguém percebia naquele fingimento ridiculamente interpretado. Para ela, era como se o mundo todo fosse isolado em um lugar completamente distante. 
Exaustava-se. Perdia-se. Se jogava em um furacão de saudade. Mesmo querendo ficar, partia-se. Mas nunca voltara.

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