domingo, 1 de abril de 2012


“Me machuco muito facíl, tenho rachuduras profundas nesse meu peito de pedra; Pareço mais com uma boneca de porcela. Que pode se quebrar com um simples toque. Sou frágil como ela. Tenho o rosto angelical de uma boneca de pano, e um coração que guarda tanta tristeza. Sou moldada por argila pelas mais belas mãos, com detalhes inpercepiveis que podem fazer toda a diferença. Um toque de lilás na pele, um sorriso fogoso com os dentres a amostra, olhos brilhando feito cristal como uma das mais belas bonecas dentro de sua caixa de papelão. Também sou uma daquelas marionetes que todos manipulam, jogando de um lado para o outro. Eles me colocam no embalo da música mesmo que ela seja ruim. Mas a verdade é que me sinto com uma daquelas bonecas velhas, de vestidos rasgados e sujos. Que brincam tanto, e depois colocam numa caixa junto com todos os outros brinquedos que não prestam mais. Me torno mais uma das tantas bonecas com validade e sem valor algum. Só que eu sou uma boneca diferente, carrego comigo olhos que por vezes tive vontade de arranca-los pra não poder vê essas coisas tão banais, uma boca que tantas vezes quis falar algo, mas havia nós na garganta, carrego orelhas que já escutaram tanto coisas que me fizeram sofrer, e um coração doente; Um coração que se importa tanto com os outros, que tem esperanças de coisas melhores, que acredita que ainda há saída. Boneca de pano, coração humano. Esse coração que sempre teve tanto amor pra dá, acho que está se transformando em um cubo de gelo. Mas esse coração que sempre foi recheado de amor para oferer está perdendo as forças. Essa boneca já não encontra mais motivos para tentar sorrir outra vez. Essa boneca se sente inutil, mas não podemos esquecer de uma coisa: boneca velha também pode fazer feliz alguém que não tem nada. Então aprenda a cuidar da sua boneca com carinho, um dia ela pode fazer muita falta pra você.”

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