quarta-feira, 25 de abril de 2012

“Você me olha de um lado, olha de outro, o que será que você vê? Afinal, gosta disso? De me ver… Você gosta? A sensação de alguém me observando sempre fora desagradável, talvez eu tenha complexos demais, mas você me tira essas coisas, esses estranhamentos da vida: você me tranquiliza para depois me enlouquecer. Como um remédio, você substitui qualquer Prozac que os médicos me recomendem. O meu estômago não respira mais, e não, não ache estranho eu dizer que ele precisa respirar: é óbvio que ele precisa. Mas você o invade com coisas demais e o coitado vomita, coloca para fora enquanto os meus olhos te miram baixinhos pedindo atenção… E você me olha. Eu nos bebi demais, ingeri demais o meu “remédio”. Você veio em doses erradas ou eu que não tenho resistência para tanto. Certa vez eu disse que precisamos ter estômago para o amor, lembra? O meu está todo para fora, deixo agora que me levem à sala de cirurgia. E lá na porta, você está a me olhar. Surpresa: abriram o coração ao invés do estômago. Eu mal sei admitir que é no coração que você mora.
A propósito: nunca achei olhos da cor dos seus.”
— Camila Costa

Nenhum comentário:

Postar um comentário