quarta-feira, 18 de julho de 2012


Hoje se faz um mês que ando em uma dieta rígida. Fazia tempo que prometia a mim mesma que precisava cortar algumas coisas de minha rotina. Eu precisava de abstinência de muita coisa. Era inevitável, minha saúde estava indo de mal a pior esses últimos dias. Eu mesmo não me reconhecia. Então foi isso, entrei em uma dieta. Primeiramente cortei você do meu dia-a-dia. Isso mesmo, parei de te ligar, de te mandar mensagens. Parei de te procurar e gastar minhas forças tentando te fazer feliz. Lopo após cortei pessoas falsas. Não foi muito difícil de corta-las, eu sabia muito bem quem deveria ser tirado de minha rotina. Alguns se chamavam amigos, porém, os cortei do mesmo jeito que cortei uns tais conhecidos. Outra coisa que tirei também, foi a saudade. Pesquisei em diversos sites de saúde e vi que ela não era nada produtivo para mim. A única coisa que fazia era me machucar, me tornar fraca. Cortei amor, paixão e tudo o que era relacionado a você. Ouvi de muitos que eu não iria a lugar algum, se fosse tão radical com essa tal dieta. Mas mesmo assim fiz. Sei que posso não aguentar até o fim, mas vou tentar. Ontem acordei e pela primeira vez desde que te conheci, não me preocupei em ver meu celular e procurar uma mensagem sua me desejando bom dia. Tomei um banho literalmente gelado e sai de lá quente. Senti-me retornando a vida. Ontem mesmo adicionei algumas coisas em minha dieta. Amor próprio, sorrisos verdadeiros, confiança, coragem, motivos para rir. Achei dentro da geladeira um potinho esquecido de felicidade. Confesso que não vi nem se quer a data de validade, simplesmente o tomei. Sabia como é bom acordar e correr? Sim, essa manhã corri. Pela primeira vez também tive vontade própria para acordar, tomar um banho e sair por aí a fora correndo como se não tivesse hora. Estava de bom-humor. Quero lhe contar também, que essa noite dormi como eu tinha planejado já se fazia nove meses. Dormi sem acordar pela noite com medo de ter sido esquecida por ti. Dormi sem ao menos ter preocupação com teu humor quando acordar. Eu simplesmente liguei a televisão e assisti um programa de sorte ou azar no SBT. A televisão tinha sido programada para desligar sozinha e assim aconteceu. Eu cai no sono e logo após ela desligou-se. Depois da tal corrida matinal, voltei para casa. Infelizmente não sei onde se encontra meu celular. Incrível como perdi-o pela noite. Afinal, não culpo o celular de ser tão pequeno. Culpo a mim de ter esquecido a bolsa na casa daquele rapaz charmoso que me chamou para dançar na festa em que fui. Não lhe encontrei por lar. Por outro lado, eu nem ao menos lhe procurei. Tive que sair cedo para conhecer o apartamento em que o rapaz mora. Era espaçoso, tinha uma vista ótima para o clube. Ainda de lá mesmo dava para enxergar a minha casa. Disse a ele que precisava ir embora antes das três, mas eu perdi o horário. Como também perdi minha bolsa e meu casaco. Mas não se preocupe, amanhã mesmo irei pega-los na casa dele. Eu nunca tinha feito isso, sempre tive um medo de até chegar perto de um amigo meu por ciúmes seus. E por falar nisso, antes de aceitar dançar, exitei. Tinha me esquecido que eu não era mais sua. Agora eu tomava conta de mim. Eu, apenas eu. Achei que seria estranho, viver sem ao menos precisar da sua ajuda. E quer saber? Eu gostei. Me senti livre, me senti bem. Usei um pouco de amor próprio e deixei o ir. A nutricionista disse que daqui a uns meses eu vou poder voltar com tudo o que eu tirei. Disse que o ruim não é ter, e sim consumir em excesso. Eu dei uma ligeira gargalhada e disse a que não, não iria voltar. Ela perguntou o porquê, e eu simplesmente a respondi: — Doutora, dessa vez eu que cansei. Por outro lado, estou gostando do que eu estou sentindo. Acabou doutora, agora minha dieta será hábito. — Vejo que além de seguir a dieta, mudei meus hábitos. Agora a abstinência de você, chama-se rotina.

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