sábado, 25 de agosto de 2012

E assim, depois de tanto tempo eu te reencontro. Tudo estava corrido, reparei nas flores que caíram de seus braços quando nos trombamos. Abaixei, suspirei e te ajudei a reorganizá-las. Eram realmente muito bonitas. Você levantou dando o mesmo sorriso de sempre, ‘aquele’ que adotei como meu preferido.Laura? você aqui?”  ouvi sua voz, com aquele tom meigo e irônico que eu não escutava há anos. Você lembrou de mim.Oi, como vai?” Eu disse com total normalidade, tentando parecer ter mudado bastante desde a época do colégio em que éramos apaixonados e inseparáveis. A verdade é que eu nunca te esqueci. Mesmo com todos esses anos que se passaram e mesmo com todas as mudanças em nosso físico e comportamento. Não é como se eu ainda fosse apaixonada por você e ainda tivesse o sonho de casar contigo. Não é como se eu nunca tivesse amado outro garoto, ou pelo menos me apaixonado outra vez, mas é impossível esquecer a pessoa que me ensinou a amar, o meu primeiro amor. Chegando mais perto pra te abraçar, senti seu perfume. E por incrível que pareça, eu não me esqueci do cheiro, aquele mesmo aroma nostálgico que me deixava espirrar quando você costumava passar em excesso só para me irritar. Eu lembro que você dizia que eu ficava linda irritada. “Eu estou com um tempinho de sobra, vamos tomar um café?” Porque não? aceitei o convite. Sentamos em uma mesa e começamos a conversar.  ”Você era engraçada, totalmente louca” Observava você dizendo com aquela expressão meio desengonçada, que eu achava muito engraçado por sinal. Passamos bastante tempo rindo e conversando relembrando dos nossos velhos tempos. “Preciso ir, minha mulher está me esperando, preciso surpreende-la, não é?” Você disse rindo com aquele jeito todo atrapalhado segurando o buquê de flores. Isso me fez lembrar o quanto você era romântico, me dava flores, chocolates, cartas e cartas que eu guardava com muito carinho. “Muito bom te ver novamente, até alguma hora” “Até” Disse eu notando a sua partida observando aquela camiseta branca toda amarrotada que você estava usando e que sempre usou. É, me parece que você não mudou quase nada. Só tinha alguma coisa diferente, era como se faltasse algo por dentro de você. Talvez eu devo ter pego uma parte sua que esteja comigo até hoje. Melhor deixar pra trás, nosso passado puro, distante, cheio de amor e carinho, mas que marcou para sempre.

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