terça-feira, 28 de agosto de 2012

Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a idéia que  fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é nós mesmos- que  amamos. Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um  prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente  do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia  nossa.(…) As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e  divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são  matéria de estranha complexidade. No próprio ato em que nos conhecemos,  nos desconhecemos. Dizem os dois ‘amo-te’ ou pensam-no e sentem-no por  troca, e cada uma quer dizer uma idéia diferente, uma vida diferente,  até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstracta de  impressões que constiui a atividade da alma. (…)
Fernando  Pessoa
(via longlastinglove, goodbyetoyesterday)
Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a idéia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é nós mesmos- que amamos. Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa.(…) As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade. No próprio ato em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois ‘amo-te’ ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada uma quer dizer uma idéia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstracta de impressões que constiui a atividade da alma. (…)  Fernando Pessoa

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