quarta-feira, 19 de setembro de 2012

 
“Eu jurava que te conhecia, que sabia todas as tuas manias, todos os teus gostos, que conhecia todos os teus jeitos e, até mesmo, teus horários. Eu, particularmente, nunca acreditei em mudanças. Ou melhor, que você pudesse mudar. Crescer. Mas veja só, você mudou. Cresceu. Já não anda com sapatos baixos e nem veste mais suéter rosa-claro. Mudou o penteado e agora usa maquiagem. Carrega sua bolsa, agora, na mão direita. Anda com passos firmes, já não tropeça mais nos próprios pés. Não gagueja e nem atropela as palavras ao pedir licença, por favor e obrigado. Olha no olho, não tem medo, desafia todos. E agora, só agora, eu percebi que te perdi. Agora eu me dei conta do quanto eu errei, de tudo que eu poderia ter feito. Mas não fiz. Eu nunca faço. Agora, só agora, eu percebi a falta que teu cheiro faz nos meus lençóis. Eu não consigo acreditar nisso, mas eu te perdi. Porra! Eu te perdi.”  Leonardo Botelho

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