Sempre penso em você. Dói saber que estamos longe e que, talvez, nunca
estaremos perto. Você sabe do que eu falo, ninguém entende, mas nós
sabemos. E eu fico pensando: eles nem precisam saber, é impossível
explicar sentimentos. Eu só queria que você pudesse sentir que, mesmo
com o passar do tempo, todo o meu coração ainda te pertence. Essa frase é
forte, eu sei. É impossível te esquecer, você sabe? Eu queria que tudo
fosse como antes, naquele tempo em que eu te sentia perto. Hoje te sinto
longe. Você sempre esteve no mesmo lugar, a diferença é que acho que
não faço mais parte da sua vida como antes. Não sei se faço. Fiquei
pensando nisso e aí começou a doer mais e eu me perguntei o que será que
é pior e não soube responder. Será que o pior é a distância, será que o
pior é eu não ser mais tão presente assim em você; será, será. Eu
sempre odiei o “será”. Sei que você tem outra pessoa, mas vou te contar:
isso me dói tanto! É incrível, essas coisas não me doíam. Eu sentia
saudade e saudade e vontade e vontade de estar perto e junto e com você e
nós tínhamos tantos sonhos e coisas bonitas em papéis espalhados. Hoje
eu sinto uma saudade em preto e branco. E quando eu penso que você tem
outra pessoa o meu coração vai diminuindo e encolhendo cada vez mais.
Enquanto eu estava olhando as estrelas pensei: ele deve estar no meio de
um sonho bom. E ela deve estar dormindo abraçada nele. Voltei pra cama e
abracei o travesseiro. E continuei pensando em como tudo era bom. Em
como tudo era pra ser bom. Aí veio uma lágrima. E outra, outra, outra.
Inevitável. Você sabe que eu sempre fui chorona. Talvez eu tenha uma
visão muito romântica das coisas. Talvez eu ainda não tenha me
convencido que você nunca sentiu da mesma forma que eu. Ou talvez eu não
encontre explicação pra uma história dessas. Por quê? De qualquer forma
o nosso encontro está marcado para a próxima vida, você sabe. Saiba
também que nessa eu vou continuar te amando. Pra sempre. Clarissa Corrêa.
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