Antes
do aparecimento do espelho a pessoa não conhecia o próprio rosto senão
refletido nas águas de um lago. Depois de um certo tempo cada um é
responsável pela que tem. Vou olhar a minha agora. É um rosto nu. E
quando penso que inexiste um igual ao meu no mundo, fico de susto
alegre. Nem nunca haverá. Nunca é o impossível. Gosto de nunca. Também
gosto de sempre. Que há entre nunca e sempre que os liga tão
indiretamente e intimamente? Clarice Lispector
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