“Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai
embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de
oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um
bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga
uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do
meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio
perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera
impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire
finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí,
maldizendo a tudo e a todos. Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve.
Mas dá realmente pra ser assim?’” Tati Bernardi
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