quarta-feira, 31 de julho de 2013


“Eu gosto dessa tua barba mal feita. Gosto dessa sua voz grossa, desses teus dedos percorrendo cada centímetro do meu corpo. Gosto quando deixa escapar um riso, dos seus dentes brancos perfeitamente alinhados, dessa sua marca de nascença no anti-braço. Gosto dessa sua bunda desenhada, e dos dedinhos dos seus pés. Gosto das nossas artimanhas na cama, e do jeito que você me prende. Você fala baixo pra provocar, me encara só pra conferir cada efeito que causa em mim. Você briga, manda eu ir embora, pede pra que eu suma definitivamente da sua vida, grita, fica furioso com esse meu jeito torto de não assumir nada e guardar tudo, mas veja bem, nas escritas eu me encontro, assumo e reassumo que gosto de cada pedaço do seu corpo. Você nunca vai saber disso, e eu nunca vou falar. Nunca leras nenhuma linha sequer desse rascunho, então aqui eu uso e abudo das palavras. Tento te descrever, mas você é tão errado que nem no meu texto a frase tem nexo, sentido ou sentimento. Você fode comigo. Me perde sem nem ao mesmo me ter. Me ganha sem nem ao menos pedir. Você sai entrando na minha casa e se apossa da minha cama. Você é um cretino abusado, mas eu incrivelmente gosto dessa não-relação. Desse nosso não-sentimento.”

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