Nasce boneca, rostinho de porcelana, corpinho de pano. Da boneca, o
pano vai se desgastando, rasgando, a porcelana racha, quebra a cara.
Tenta se esconder achando que fuga é proteção, e de repente: Cadê a
boneca que tava aqui? Fica sem graça ao perceber que não perde a graça
trocando porcelana e pano por carne e osso, e aí já é tarde demais.
Virou gente, e então fica tudo mais complexo, as coisas saem de
controle. Aí diz uma coisa, repete, diz uma coisa, e nós aqui, vendo
outra coisa. Contradição. Confusão. Como cantou Cazuza: Tuas ideias não
correspondem aos fatos! E essa confusão grita aos olhos do público. Quem
é você? Você sabe? O que você deseja? O que você faria se pudesse
escolher, você sabe? Pedro Bial.
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