Ele tem um jeito de me tocar, de caminhar com as mãos no
espaço entre minha pele e a roupa, sem parar de me analisar o corpo,
cheio de fome e ternura e calor. Eu sei que foi por isso que voltei, que
volto, toda vez. É quando eu fico por baixo que a verdade se esfrega
nos meus olhos e se infiltra pelos meus poros. Com o mapa do meu corpo,
ele me prende nos meus becos e dança nas minhas avenidas. Eu não tenho
saídas.
Gabito Nunes
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