Eu vivo me perguntando quem é você que
me roubou as palavras e ganhou as minhas linhas. Nunca obtenho
respostas, não sei o que em ti é real e o que é fruto da minha
imaginação. Não me faz bem sonhar contigo e acordar no frio dessa cidade
sabendo que você não chegará e a minha casa seguirá grande demais. Por
mais que encurtem as distâncias, que facilitem o amor e me empurrem até
você, ainda nos faltará muito. Faltará você deixar de ser pergunta e
virar resposta. Eu não preciso de amor fácil, até ontem eu nem sabia que
precisava de amor, mas se é difícil que ele se faz, que seja. Eu
preciso apenas que você me olhe, que me note. O amor também cansa de se
esconder no meu peito ou nos meus olhos forçados. Não é a vida a vilã,
somos apenas nós, imaturos, mal-criados, desalmados: nós, que não
sabemos amar. Mas te amo, mesmo incompetente e rezando para que o meu
coração acalme e eu possa dormir sem o vazio ocupando espaços. Eu te amo
mesmo na falta de nós. Camila Costa.
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