domingo, 28 de abril de 2013


Já perceberam que é mais fácil falar sobre a dor do que do amor? Acho que isso é com certeza uma grande ironia, não deveríamos saber desde sempre o significado do amor? A dor deveria ser algo passageiro, mas não é isso que acontece, a dor mudou-se para a sua casa e agora faz parte da família, me disseram esses dias que o amor bateu palma mas ninguém deixou ele entrar, sua mãe disse que não é certo colocar estranhos dentro de casa. O respirar, o olhar, o silêncio, tudo parece ter se transformado num grito estridente de desespero, a tristeza aprisionou as pessoas, esvaziou a alma delas, até mesmo as lágrimas parecem ter secado. A vida nunca foi uma espécie de jogo, mas parece que alguém colocou ela no “super difícil”, as pessoas já até estão acostumadas com a derrota. E o amor? Esquecido. Tanto faz, é isso que tudo acabou virando, as pessoas se cansaram de nadar contra a maré, segurar o vento com as mãos, secar o mar com uma esponja, a felicidade parece ter virado loteria, a maldita borboleta felicidade que o poeta disse que viria na próxima primavera não veio, o inferno parece ter se tornado eterno. É fácil falar de alguém com quem convivemos todos os dias, é difícil você dizer alguma coisa de uma pessoa que você nunca viu na vida, isso tem se tornado tão comum hoje em dia. É fácil falar da dor, difícil falar de amor. Alguém decide começar um texto falando de amor, as duas primeiras linhas é sobre alguém, e o restante do texto é a dor que a pessoa sente por não ter quem se ama por perto, ou tá longe, ou ama outra pessoa. Tá difícil falar de amor, porque ninguém sabe ao certo o que é amor, faz tempo que eu não vejo alguém que viveu realmente uma grande história de amor. Amor dos filmes não conta, o “felizes para sempre” acaba. Tá na moda agora um novo tipo de filme de romance, aquele em que um dos dois morre e o outro passa o resto da sua vida sofrendo, esse sim se parece muito com a realidade de quase todas as pessoas que conheço.

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