domingo, 30 de junho de 2013

 

Às vezes acho que sou um drama. Puro drama barato de menina emburrada. Drama de menina que sabe muito bem o que faz, mas continua só para ganhar uns mimos. Mas às vezes me acho tão fria. Fria e direta, sem manha nem choro. Vez ou outra, me acho radiante. Com brilho grande, desses que iluminam meio caminho à frente. Por outras, me vejo com tamanha escuridão. Me vejo numa grosseria que nem eu me aguento. Às vezes sinto-me tão leve e, às vezes, tão pesada. Meus pés pesam, minha cabeça ainda mais. Me sinto chumbo às vezes. Outras, me sinto orvalho. Me sinto pena, folha perfumada de limoeiro. Há dias em que sou sol, dias em que sou chuva. Dias que eu faria tudo por todos e dias em que eu não daria um passo nem por mim mesma. Às vezes sou de uma doçura imensa. Às vezes chego na amargura total. E é por isso que não sei afirmar nada sobre mim. Dois mais dois é quatro, mas o que dizer de algo não exato? Às vezes sou quatro, às vezes sou cinco? Não sei me explicar justamente por isso. Não sei se sou claro ou escuro. Talvez eu seja neutro. Ou talvez eu não seja nada. Sabe o zero que não sabe se é positivo ou negativo? Então, sou ele.

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