“Escrevo porque não posso ter uma metralhadora.
Escrevo porque minha alma pede a palavra. Escrevo porque não conseguiria
guardar dentro de mim toda fúria ou todo amor. Escrevo porque escuto um
grito em todo espaço em branco que avisto. Porque gosto do desenho das
letras. Porque posso falar em silêncio. Escrevo como se as palavras
aprisionadas criassem uma rebelião dentro da minha cabeça. Como se uma
chuva constante de pensamentos inundasse cada caminho entre os miolos do
meu cérebro. Como se precisasse da atenção do mundo o tempo inteiro,
mesmo contando com a hipótese de que ninguém vá ler. Escrevo porque não
posso mudar tudo que não concordo. Escrevo porque existem momentos em
que preferia não existir. Escrevo porque minha palavra pode curar ou
pode ferir. Simplesmente escrevo porque a escrita detém meu poder.
Escrevo com o coração em pedaços. Escrevo quando minha alma brilha.
Escrevo quando tenho desejo de morte. Escrevo porque me faz viver.” Tico Santa Cruz
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