Queria que de alguma forma, você demonstrasse que eu realmente sou importante pra você. Queria que você mostrasse que todas aquelas noites que passamos conversando não foram em vão, para serem esquecidas de um dia para o outro como fizestes. Eu queria perguntar, você sente minha falta? Será que alguma vez, seus olhos lacrimejaram enquanto você pensava que eu fui a única a ir embora de seu caminho? Eu queria voltar ao último dia que nos falamos. Não era para desfrutar mais um pouco do sofrimento, pois cansei de masoquismo, só queria concertar os meus erros e não pagar as mágoas que ainda estão por vir. Queria estar ao seu lado, apertando firme suas mãos, acariciando sua face e beijando sua boca nessas manhãs chuvosas em que ando pelo pátio, te avistando ao longe. Eu queria encostar minha cabeça em seu ombro, e viajar no aroma suave do teu perfume. Quem sabe entrelaçar nossos olhares de uma forma que eu não sorrisse e desviasse depois. Sei como isso te irrita, mas é apenas uma forma de me defender do torpor que isso me causava. Eu só queria que você sentisse um pouco da intensidade de como eu preciso de ti, de como eu conto os passos quando você vai embora. Talvez todo esse apego que eu tenha desenvolvido fora em vão, e estou buscando uma solução de descartar todo esse rancor em minhas lágrimas nas noites sem fim. Nos sonhos. Nos sentimentos. Nas tardes de outono, sentada ao sofá marfim. Será que ele realmente me amou? (…) São tantos clichês e perguntas insolúveis.