sábado, 18 de fevereiro de 2012

“Mas nunca daríamos certo. Não com esse teu jeito tão moleque. Digo, aonde já se viu uma criança querer namorar uma mulher? Porque mesmo que você negue, nós dois sabemos que eu não sou mulher pra você. Você queria alguém provisório, eu queria um amor. Nunca se importou com minhas crises existenciais, e vez ou outra esquecia de me elogiar. Não que eu fosse fútil a ponto de me importar com essa teu esquecimento infantil. Pois todas as vezes que você me ligou chorando às 3 da madrugada dizendo que estava com medo de me perder, eu ouvia tudo com atenção e te acalmava até você pegar no sono. Quando estava com frio, eu te abraçava e dizia que iria te esquentar para sempre. Eu fiz promessas, você não. Eu estava disposta a tudo por nós, você não. Vivíamos um impasse. Uma criança ao lado de uma mulher. Porque você sempre reclamou do meu jeito. A minha mania de sumir o dia todo e só aparecer a noite, querendo colo. Ou então reclamava sobre o tamanho da minha saia ou do meu vestido. Ficava me medindo, me corrigindo e querendo mandar em mim. Uma criança querendo mandar no seu brinquedinho. Você não passa de um moleque mimado e indeciso. Não sabe o que quer, e muito menos quem quer. Acha que eu estaria a sua disposição eternamente? Existem melhores do que você e você sabe disso. Existem aqueles que me ligam só para dizer o quanto me amam. Ou aqueles que me levam para ver fogos de artifício. E principalmente, aqueles que já tem idade o suficiente para me pagar umas bebidas. Foi divertido, confesso. Mas acontece que agora eu percebi que não sou mulher para você. Vá atrás de garotas que se preocupam com a maquiagem e com o peso. Porque é disso que você gosta. De pessoas tão fúteis quanto você. E boa sorte, porque agora eu vou atrás de um homem de verdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário