Cansei, de verdade, eu cansei. Cansei-me dessa saudade inútil que sinto de você, saudade nunca foi capaz de trazer ninguém de volta, muito menos quando as pessoas parecem ir por vontade própria, no caso, você. Sinto raiva de mim mesmo por me martirizar e se permitir viver numa vida cercada de lembranças e nostalgias que insistem em machucar. As vezes me sinto a pessoa mais burra e patética do mundo por não ter força suficiente para superar de vez tudo isso, te esquecer de vez, me conformar e prosseguir, viver. Talvez, lá no fundo, algo dentro de mim se prenda a você, algo não me permite te esquecer. Maldito amor. Maldita distância. Maldita realidade. Parece que tudo conspirou contra a minha felicidade, meus sonhos se frustraram, minhas expectativas foram estraçalhadas, a vida jogou um balde de água fria na minha cara e eu acordei de um lindo sonho, ainda assustado, despreparado para viver o pesadelo que minha vida se transformou a partir de então[…] Você se foi, levou embora meu coração, minha felicidade. Sou obrigado a sobreviver com o que restou. Um caminhão passou por cima do meu coração. Confesso que as vezes preferiria não ter sobrevivido a tal acidente[…] Dói ter que conviver com a verdade: você me esqueceu. Você foi a história da minha vida, aquela que temos vontade de fechar os olhos e nos deleitar em devaneios e epifanias. Fui apenas um capitulo, algo que você nem questão de lembrar tem mais. Dói entender que não faço mais diferença alguma na sua vida. Sinto raiva de mim por ainda me importar com tudo isso, sinto raiva por ainda sofrer por causa disso, sinto raiva por ainda ter que fingir, sinto raiva por te amar tanto assim. Droga! Nunca fui bom em esquecer, nunca fui bom em pontos finais, tenho medo deles, despedidas me machucam, sofro demais de saudade. Eu queria te esquecer, ainda quero, é tudo que eu mais quero. […] Mas confesso que ainda alimento, bem no fundo de meu peito, um profundo desejo de pular no seu pescoço, te abraçar, grudar em você e nunca mais te deixar ir embora.