quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

 
Naquela noite, as estrelas rendiam-se a mostrar o seu brilho. A lua estava escondida por entre nuvens carregadas. O vento soprava com agressividade, o que fazia com que as copas das árvores se remexessem com um barulho perturbador. Eu me sentia perfeitamente encaixada no meio da noite e da escuridão, pois tal como eu, ela estava fria, vazia e surreal. Dei um gole na garrafa de álcool que transportava na mão direita quase ao mesmo tempo que acendi um cigarro -apenas com a finalidade de tentar escapar à dor que me trespassava o peito de forma maligna. Enquanto o fumo do cigarro me entrava por o peito e me fazia sentir mais amarga por dentro, uma pequena e involuntária lágrima começou a se desenhar no canto do olho. A forma como eu estava sozinha naquela noite tão obscura, me despedaçou mais um pedaço do meu coração. Me sentia completamente morta e desfeita por dentro, mesmo por fora parecendo uma garota completamente normal, apenas com uns pequenos problemas que se resolvem com uma noite bem dormida. Me questionava a mim mesma o porquê de tanta crueldade por parte das pessoas. Eu só pretendia alguém que me amasse pelo que eu sou e não criticasse todas as minhas opções e todos os meus defeitos. Estava completamente consciente de que sou uma pessoa difícil e complicada, a vida me tornou também desconfiada. Porque ninguém se dava ao trabalho de me tentar compreender melhor? Porque todo o mundo tem que me abandonar por um simples obstáculo? Tantas questões, nenhuma resposta. O meu coração ansiava por um pouco de amor, alguém que estivesse afim de o remendar e de o reconstruir. A minha alma estava faminta de sinceridade, tanta falsidade e tanta mentira por parte da pessoa amada tinha-a deixado insaciável. Eu por inteira não quero bens materiais, não me trazem felicidade genuína. Quero amor, amor verdadeiro.

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